PAQUISTÃO (13º) - Depois de incendiários islâmicos que mataram pelo menos sete pessoas na província de Punjab no mês passado, o último ataque contra cristãos aconteceu em um vilarejo na sexta-feira (4 de setembro) quando um homem não identificado rasgou páginas do Alcorão e deixou-as em uma igreja. A polícia disse que podia controlar as tensões na Vila Missionária Chak, perto de Chichawatni, depois que as páginas das escrituras muçulmanas foram deixadas na Associated Reformed Presbyterian Church (Igreja Presbiteriana Associada Reformada) e em uma estrada próxima. Fontes disseram que testemunharam tentativas similares de ataques contra cristãos em várias partes de Punjab, desde que um grupo de muçulmanos queimaram sete cristãos vivos em 1º de agosto em Gojra sob a falsa acusação de blasfêmia contra o Alcorão. Em várias outras áreas da Província de Punjab, a intervenção de líderes cristãos e da polícia conseguiu evitar outros incidentes até o momento.
O superintendente de polícia Ahmed Nawaz Cheema disse que as páginas do Alcorão foram deixadas na linha de separação entre a vila missionária Chak 8 onde moram cristãos e a vila Maliks populada por muçulmanos, indicando que “isso foi plantado para criar tensões entre as duas vilas”
O pastor da Associated Reformed Presbyterian Church, Salmoon Ejaz, disse ao Compass que as mulheres muçulmanas a caminho para a colheita de algodão pela manhã acharam as páginas do Alcorão rasgadas. Elas levaram as páginas às autoridades muçulmanas locais, que por sua vez, entregaram as páginas à polícia. O pastor Salmoon disse que as autoridades muçulmanas foram aos lideres cristãos dizer que não tinham nenhuma suspeita de que os cristãos haviam rasgado as páginas e que ambos, muçulmanos e cristãos, deveriam ser vigilantes e tentar encontrar o culpado.
As tensões depois de Gojra
O rumor de profanação do Alcorão que levou ao ataque em Gojra, em 30 de julho, provocou um incêndio criminoso na vila Korian a 13 km de Gojra, que destruiu 60 casas.
Em 30 de junho, um clérigo em Bahmaniwala, vila do distrito de Kasur, usou um auto-falante da mesquita chamando para um ataque aos cristãos que resultou em mais de 500 muçulmanos roubando e saqueando pelo menos 110 casas. O ministro-chefe de Punjab, Shahbaz Sharif, ordenou a prisão de seis extremistas muçulmanos, inclusive Qari Latif, suspeito de ser o mentor.
Depois do ataque de Gojra, os cristãos decidiram deliberadamente se armar para se defender de outros ataques. Um cristão Naveed Masih, que atirou para o alto no ataque da multidão islâmica, foi considerado o responsável pela redução do número de vítimas e danos. Apelidado de Naveed, o soldado, ele era o único homem com um rifle quando a multidão investiu contra Gojra. Várias mulheres se refugiaram em sua casa.
Uma associação muçulmana situada em Gojra, a Muslim Mahaz Tanzeem for Peace, tem desde então tentado culpar Naveed pela violência e acusam-no de prover armas a três pregadores e a um outro cristão. De acordo com o Asia News, a associação tem feito ameaças para que os quatro cristãos sejam presos.
Cristãos em outras áreas como as colônias Youhanabad e Bahar em Lahore, disseram ao Compass que eles preferem morrer se defendendo a serem mortos sem fazer nada.
Pedido de Instauração de Processo
Em vista do aumento dos ataques contra os cristãos no Paquistão, o American Center for Law and Justice (ACLJ) registrou uma petição junto as Nações Unidas através do European Center for Law and Justice (ECLJ).
A petição do ECLJ pede ao Paquistão para julgar os ataques mortais contra cristãos, a qual reivindica as vidas de 60 cristãos na década passada em pelo menos 27 incidentes de violência de muçulmanos contra cristãos. A ação da ECLJ declara; “As mais de duas décadas de leis de blasfêmia ensinaram aos muçulmanos paquistaneses que a punição para um suposto insulto ao Islã é a morte. O governo do Paquistão deve repelir ou, conforme o procedimento, mudar as leis da blasfêmia.”
Tradução: Ioná Vallim
Fonte: Compass Direct
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