Pequenas igrejas estão recebendo bastante atenção, mas onde estão os frutos?
Espero que eu esteja errado. Nos últimos anos, tenho observado, escutado e questionado o movimento de missões. Suspeito que o modelo missionário existente não tenha provado sua eficácia além do campo da teoria. Uma vez mais, afirmo; espero que eu esteja errado.
Todos concordamos com a teoria de sermos uma comunidade de Deus engajada com a obra de ser agente da missão divina neste mundo. Todavia, as conversas em torno do vigente modelo de missões tendem a tratar com descrédito os modelos de igreja existentes, taxando-os como ineficazes. Alguns afirmam que criar programações melhores, pregações e encontros de louvor, não fará com que as pessoas venham para nossas igrejas. Entretanto, aqui está o meu dilema – não consigo ver evidências que comprovem a veracidade desta tese.
Pouco tempo atrás, eu estava em um debate com outros líderes eclesiásticos em uma grande cidade. Um defensor do movimento de missões disse que pessoas jovens não mais virão para as igrejas que trabalham com pregações e louvor. Aquele líder desconsiderou que muitos jovens estavam chegando a uma dessas mega igrejas com uma arquitetura fantástica, exatamente naquela cidade. Seus cultos de adoração trouxeram milhares de pessoas com suas músicas em estilo pop/rock e com pregação sólida. Além disso, a igreja constatou que metade dos jovens que ali estavam não eram cristãos, antes de entrarem naquele ambiente.
Por outro lado, alguns companheiros de trabalho visitaram uma destas igrejas do movimento de missões. Havia nela aproximadamente 35 pessoas. Isso não é um problema em si mesmo. Mas a igreja tem abraçado esse movimento há dez anos e não tem experimentado crescimento, multiplicação, nem plantado outras igrejas em uma cidade como esta, com milhões de pessoas. Isso sim é um problema!
Outro defensor do movimento, sustentador do modelo de igreja nos lares, vê no movimento de missões um modelo mais coerente com a igreja primitiva. Contudo, sua igreja enfrenta o mesmo problema. Depois de quinze anos ela ainda não se multiplicou. É uma comunidade maravilhosa que abriga os sem-teto, mas não há evidências de não-cristãos começando a servir a Jesus. Na mesma cidade, há mega igrejas experimentando crescimento através de conversões e maturidade espiritual de seus discípulos.
Penso que o trabalho de missões requer tempo, e essas igrejas estão quase sempre trabalhando em lugares difíceis. Não podemos esperar crescimento do dia para a noite!
Dado à falta de prova quanto às críticas que faz ao modelo tradicional de igrejas, o movimento de missões deveria minimizar suas argumentações, já que as igrejas alvo de suas críticas têm provocado grande impacto na sociedade. Não, eu não sou o tipo de pessoa que se deixa levar pelos números. Não sou atraído pelo número de pessoas que responde a um apelo feito no altar. Na verdade, sou um pouco cético quanto a isso. Mas sou apaixonado pela centralidade de Jesus na atividade de fazer discípulos. Surpreendentemente, tenho percebido que em muitas igrejas tradicionais esta atividade tem acontecido.
É verdade que as pessoas são atraídas pelo louvor, pregação ou programação com as crianças. Todavia, há muito mais do que isso em grandes igrejas. As pessoas têm sido o corpo de Cristo em suas comunidades. Quando esses discípulos se relacionam com não-cristãos, estes são atraídos pelas evidências do Espírito em suas vidas. A existência de programas ou templos não garante maturidade espiritual ou crescimento de uma comunidade.
Há tantas pessoas que não compreendem a beleza do reino de Deus vivendo na terra, ou a alegria da vida eterna. Essa alegria me motiva a fazer missões, mas também não posso me esquecer do horror do inferno. Isso gera em mim um senso de urgência que me leva a ultrapassar a teoria de missões para ver o que Deus está, de fato, fazendo nas igrejas – pequenas, grandes, tradicionais ou com modelos de missões. Onde os discípulos estão verdadeiramente crescendo? Que tipo de trabalho tem sido feito?
Espero que haja exemplos de trabalhos do movimento de missões que eu não tenha encontrado ainda. Espero que minha percepção, fruto da interação com este movimento, esteja errada. Por enquanto, prefiro fazer parte de uma grande igreja cristocêntrica para a qual estão se dirigindo pessoas que experimentam a salvação em Cristo Jesus, a permanecer em um lugar onde isso não acontece.
Copyright © 2008 por Christianity Today International
(Traduzido por Daniel Leite Guanaes)
www.cristianismohoje.com.br
Espero que eu esteja errado. Nos últimos anos, tenho observado, escutado e questionado o movimento de missões. Suspeito que o modelo missionário existente não tenha provado sua eficácia além do campo da teoria. Uma vez mais, afirmo; espero que eu esteja errado.
Todos concordamos com a teoria de sermos uma comunidade de Deus engajada com a obra de ser agente da missão divina neste mundo. Todavia, as conversas em torno do vigente modelo de missões tendem a tratar com descrédito os modelos de igreja existentes, taxando-os como ineficazes. Alguns afirmam que criar programações melhores, pregações e encontros de louvor, não fará com que as pessoas venham para nossas igrejas. Entretanto, aqui está o meu dilema – não consigo ver evidências que comprovem a veracidade desta tese.
Pouco tempo atrás, eu estava em um debate com outros líderes eclesiásticos em uma grande cidade. Um defensor do movimento de missões disse que pessoas jovens não mais virão para as igrejas que trabalham com pregações e louvor. Aquele líder desconsiderou que muitos jovens estavam chegando a uma dessas mega igrejas com uma arquitetura fantástica, exatamente naquela cidade. Seus cultos de adoração trouxeram milhares de pessoas com suas músicas em estilo pop/rock e com pregação sólida. Além disso, a igreja constatou que metade dos jovens que ali estavam não eram cristãos, antes de entrarem naquele ambiente.
Por outro lado, alguns companheiros de trabalho visitaram uma destas igrejas do movimento de missões. Havia nela aproximadamente 35 pessoas. Isso não é um problema em si mesmo. Mas a igreja tem abraçado esse movimento há dez anos e não tem experimentado crescimento, multiplicação, nem plantado outras igrejas em uma cidade como esta, com milhões de pessoas. Isso sim é um problema!
Outro defensor do movimento, sustentador do modelo de igreja nos lares, vê no movimento de missões um modelo mais coerente com a igreja primitiva. Contudo, sua igreja enfrenta o mesmo problema. Depois de quinze anos ela ainda não se multiplicou. É uma comunidade maravilhosa que abriga os sem-teto, mas não há evidências de não-cristãos começando a servir a Jesus. Na mesma cidade, há mega igrejas experimentando crescimento através de conversões e maturidade espiritual de seus discípulos.
Penso que o trabalho de missões requer tempo, e essas igrejas estão quase sempre trabalhando em lugares difíceis. Não podemos esperar crescimento do dia para a noite!
Dado à falta de prova quanto às críticas que faz ao modelo tradicional de igrejas, o movimento de missões deveria minimizar suas argumentações, já que as igrejas alvo de suas críticas têm provocado grande impacto na sociedade. Não, eu não sou o tipo de pessoa que se deixa levar pelos números. Não sou atraído pelo número de pessoas que responde a um apelo feito no altar. Na verdade, sou um pouco cético quanto a isso. Mas sou apaixonado pela centralidade de Jesus na atividade de fazer discípulos. Surpreendentemente, tenho percebido que em muitas igrejas tradicionais esta atividade tem acontecido.
É verdade que as pessoas são atraídas pelo louvor, pregação ou programação com as crianças. Todavia, há muito mais do que isso em grandes igrejas. As pessoas têm sido o corpo de Cristo em suas comunidades. Quando esses discípulos se relacionam com não-cristãos, estes são atraídos pelas evidências do Espírito em suas vidas. A existência de programas ou templos não garante maturidade espiritual ou crescimento de uma comunidade.
Há tantas pessoas que não compreendem a beleza do reino de Deus vivendo na terra, ou a alegria da vida eterna. Essa alegria me motiva a fazer missões, mas também não posso me esquecer do horror do inferno. Isso gera em mim um senso de urgência que me leva a ultrapassar a teoria de missões para ver o que Deus está, de fato, fazendo nas igrejas – pequenas, grandes, tradicionais ou com modelos de missões. Onde os discípulos estão verdadeiramente crescendo? Que tipo de trabalho tem sido feito?
Espero que haja exemplos de trabalhos do movimento de missões que eu não tenha encontrado ainda. Espero que minha percepção, fruto da interação com este movimento, esteja errada. Por enquanto, prefiro fazer parte de uma grande igreja cristocêntrica para a qual estão se dirigindo pessoas que experimentam a salvação em Cristo Jesus, a permanecer em um lugar onde isso não acontece.
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(Traduzido por Daniel Leite Guanaes)
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