A Igreja precisa de ser a voz profética que enfrenta a crise moral subjacente à crise económica mundial, expressaram os líderes eclesiásticos globais na semana passada numa audiência pública.
“O Capitalismo diz-nos que, para sermos mais, temos de ter mais”, disse Miguel d’Escoto Brockmann, um padre católico da Nicarágua, no evento acolhido pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) a 19 de Fevereiro, em observância do Ano Internacional da Reconciliação das Nações Unidas.
“Mas onde estão as vozes proféticas das igrejas neste tempo?”, perguntou, desafiando os cristãos a “atreverem-se a se expressarem” contra ideias que contradizem ensinamentos cristãos.
O Rev Dr. Setri Nyomi, Secretário-Geral da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas, também falou sobre a ganância durante o evento, destacando as tensões e divisões causadas por desigualdades económicas no mundo.
“Enquanto a ganância manifesta e encoberta detiver um sistema económico que empobrece as pessoas em tantas partes do mundo, a humanidade continua a construir sociedades cada vez mais fragmentadas”, avisou Nyomi, teólogo do Gana, de acordo com um relatório da AMIR.
Ele atribuiu o aumento dos crimes de ódio contra minorias em vários países a inseguranças financeiras.
“Os imigrantes e as minorias em comunidades abastadas tornam-se os alvos de ódio e de exclusão”, disse Nyomi.
A cicatrização das divisões tem sido fonte de preocupação crucial para o Conselho Mundial de Igrejas, que patrocinou a audiência pública na semana passada para destacar o contributo das igrejas para o Ano Internacional da Reconciliação, proclamado pelas Nações Unidas para 2009.
Para o evento de Quinta-feira, o organismo ecuménico cristão reuniu um painel de quatro líderes cristãos de diferentes continentes proveniências confessionais para partilharem as suas experiências nos processos de reconciliação, incluindo Brockmann, Nyomi, o Arcebispo Silvano M. Tomasi, observador permanente da Santa Sé para as Nações Unidas e Agências Especializadas em Genebra, e a Dra. Rev. Margaretha Hendriks-Ririmasse, vice-moderadora do Comité Central do CMI.
Durante a audiência pública, Nyomi reparou como até mesmo as igrejas estão divididas devido à crise económica.
Com diferenças de opinião e de análise sobre a forma como a recessão económica pode ser reparada, os cristãos “começam a considerar-se uns aos outros em termos de direita ou esquerda, liberal ou conservador”, disse ele.
“Por isso, em vez de operarmos em conjunto, como cristãos, tratando dos males que levam à injustiça, vivemos essas divisões, enquanto muitos morrem como resultado de arranjos económicos mundiais”, criticou o líder da igreja reformada.
Mas Nyomi considera que face à crise e divisão, a Igreja será capaz de encontrar novas maneiras para enfrentar os desafios das desigualdades económicas globais. Ele lembrou como as igrejas membro da AMIR se comprometeram a trabalhar por uma economia mais justa, com um acordo de 2004 chamado “Confissão Acra”, que afirma: “Cremos que a integridade de nossa fé está em jogo se permanecermos em silêncio ou se recusarmos agir em vista do actual sistema de globalização económica neoliberal.”
Agora, acrescentou, não é “tempo para lamentações”.
Fonte: Diário Critão / Gospel+
“O Capitalismo diz-nos que, para sermos mais, temos de ter mais”, disse Miguel d’Escoto Brockmann, um padre católico da Nicarágua, no evento acolhido pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) a 19 de Fevereiro, em observância do Ano Internacional da Reconciliação das Nações Unidas.
“Mas onde estão as vozes proféticas das igrejas neste tempo?”, perguntou, desafiando os cristãos a “atreverem-se a se expressarem” contra ideias que contradizem ensinamentos cristãos.
O Rev Dr. Setri Nyomi, Secretário-Geral da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas, também falou sobre a ganância durante o evento, destacando as tensões e divisões causadas por desigualdades económicas no mundo.
“Enquanto a ganância manifesta e encoberta detiver um sistema económico que empobrece as pessoas em tantas partes do mundo, a humanidade continua a construir sociedades cada vez mais fragmentadas”, avisou Nyomi, teólogo do Gana, de acordo com um relatório da AMIR.
Ele atribuiu o aumento dos crimes de ódio contra minorias em vários países a inseguranças financeiras.
“Os imigrantes e as minorias em comunidades abastadas tornam-se os alvos de ódio e de exclusão”, disse Nyomi.
A cicatrização das divisões tem sido fonte de preocupação crucial para o Conselho Mundial de Igrejas, que patrocinou a audiência pública na semana passada para destacar o contributo das igrejas para o Ano Internacional da Reconciliação, proclamado pelas Nações Unidas para 2009.
Para o evento de Quinta-feira, o organismo ecuménico cristão reuniu um painel de quatro líderes cristãos de diferentes continentes proveniências confessionais para partilharem as suas experiências nos processos de reconciliação, incluindo Brockmann, Nyomi, o Arcebispo Silvano M. Tomasi, observador permanente da Santa Sé para as Nações Unidas e Agências Especializadas em Genebra, e a Dra. Rev. Margaretha Hendriks-Ririmasse, vice-moderadora do Comité Central do CMI.
Durante a audiência pública, Nyomi reparou como até mesmo as igrejas estão divididas devido à crise económica.
Com diferenças de opinião e de análise sobre a forma como a recessão económica pode ser reparada, os cristãos “começam a considerar-se uns aos outros em termos de direita ou esquerda, liberal ou conservador”, disse ele.
“Por isso, em vez de operarmos em conjunto, como cristãos, tratando dos males que levam à injustiça, vivemos essas divisões, enquanto muitos morrem como resultado de arranjos económicos mundiais”, criticou o líder da igreja reformada.
Mas Nyomi considera que face à crise e divisão, a Igreja será capaz de encontrar novas maneiras para enfrentar os desafios das desigualdades económicas globais. Ele lembrou como as igrejas membro da AMIR se comprometeram a trabalhar por uma economia mais justa, com um acordo de 2004 chamado “Confissão Acra”, que afirma: “Cremos que a integridade de nossa fé está em jogo se permanecermos em silêncio ou se recusarmos agir em vista do actual sistema de globalização económica neoliberal.”
Agora, acrescentou, não é “tempo para lamentações”.
Fonte: Diário Critão / Gospel+
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