Agências missionárias defendem sua atuação entre povos indígenas e protestam contra discriminação.
A Associação Missionária Transcultural Brasileira (AMTB) está divulgando seu manifesto em defesa da ação cristã nas aldeias indígenas brasileiras. O documento, que vem sendo elaborado desde o ano passado com apoio do Conselho Nacional dos Povos e Líderes Evangélicos Indígenas (Conplei), é uma resposta à crescente oposição, por parte de setores do governo, intelectuais e ONGs, à atividade das missões evangélicas nas áreas indígenas. O assunto tem sido tratado como discriminação religiosa, já que entidades católicas e até organizações estrangeiras, que supostamente praticam a biopirataria, não têm sido controladas com a mesma intensidade. O assunto foi tema da reportagem “Tambores de guerra”, publicada na revista CRISTIANISMO HOJE (http://www.cristianismohoje.com.br/retrancas/Tambores%20de%20guerra/35589).
O manifesto tem o apoio de 32 agências missionárias ligadas à AMTB e de mais de cinquenta denominações evangélicas. Segundo o pastor Cassiano Luz, da diretoria da entidade, trata-se de um documento oficial “em resposta às principais acusações tradicionalmente feitas às missões que atuam em área indígena”. Com o título “Presença e ação missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil”, o manifesto descreve quem são as agências missionárias que atuam entre os indígenas, quais os valores que defendem e que tipo de ação têm desenvolvido. Alguns dos temas tratados são “O Evangelho e a cultura indígena”, “A realidade cultural indígena e os processos de mudança social” e “Legalidade da presença missionária entre os índios”. O histórico do relacionamento – nem sempre amistoso – entre as missões e a Fundação Nacional do Índio (Fuani) também é mencionado.
“A aproximação e conhecimento do Evangelho e valores bíblico-cristãos contribuem para uma reflexão interna em algumas sociedades indígenas, gerando mudanças voluntárias e desejadas”, frisa o manifesto. “Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do conhecimento dos valores cristãos e do Evangelho despertam tantas e tão violentas reações quando se trata de culturas indígenas?”, questiona a AMTB.
Em outro trecho, as missões mencionam os serviços que prestam aos povos indígenas, muitos dos quais suprem carências que não podem ser atendidas pelo poder público: “Em diversas áreas indígenas, as missões evangélicas atuam fortemente na promoção de boa saúde, educação e dignidade, sem um envolvimento direto com a evangelização. A ação social é autojustificável. A confusão entre catequese e evangelização, mais uma vez, se faz presente aqui. Enquanto a catequese ocorre de forma impositiva e coercitiva, a evangelização se dá, também, por meio de atos de amor, que motivam as ações que tentam minimizar os sofrimento humano.”
O documento também explica as motivações das entidades evangélicas: Sobre nossa motivação, de fato é cristã. Enquanto ONGs humanistas atuam sem dificuldade junto aos povos indígenas em nosso país, sentimo-nos discriminados por termos, na raiz de nossa motivação, o amor de Deus por todo homem. A ação missionária tem, como motivação e centro, a postura de Jesus diante dos necessitados, que lhes apresenta o Evangelho e também lhes atende em suas necessidades pessoais. Com isso, o movimento missionário vislumbra minimizar os males sociais entre populações indígenas.”
“Atualmente, a Igreja Evangélica tem repensado cada vez mais o seu papel como agente de transformação social”, continua o texto. “Numa visão de Evangelho integral, iniciativas e projetos surgem a cada dia, por isso é natural que tais iniciativas contemplem também os povos indígenas”. Em outro trecho, a AMTB critica parte da política indigenista nacional: “Lamentamos que a linha de isolamento da política indigenista seja uma barreira para que recursos humanos, materiais e de tecnologia social, oriundos dos segmentos evangélicos, possam chegar aos indígenas que, como seres humanos e brasileiros, têm direitos e necessidades.” As missões lembram ainda sua capacidade para colaborar com ações dos órgãos oficiais em favor dos povos indígenas: “Infelizmente, a inexistência de convênios formais impede que milhares de atendimentos realizados pelos missionários constem nos relatórios oficiais.”
Fonte: Cristianismo Hoje
A Associação Missionária Transcultural Brasileira (AMTB) está divulgando seu manifesto em defesa da ação cristã nas aldeias indígenas brasileiras. O documento, que vem sendo elaborado desde o ano passado com apoio do Conselho Nacional dos Povos e Líderes Evangélicos Indígenas (Conplei), é uma resposta à crescente oposição, por parte de setores do governo, intelectuais e ONGs, à atividade das missões evangélicas nas áreas indígenas. O assunto tem sido tratado como discriminação religiosa, já que entidades católicas e até organizações estrangeiras, que supostamente praticam a biopirataria, não têm sido controladas com a mesma intensidade. O assunto foi tema da reportagem “Tambores de guerra”, publicada na revista CRISTIANISMO HOJE (http://www.cristianismohoje.com.br/retrancas/Tambores%20de%20guerra/35589).
O manifesto tem o apoio de 32 agências missionárias ligadas à AMTB e de mais de cinquenta denominações evangélicas. Segundo o pastor Cassiano Luz, da diretoria da entidade, trata-se de um documento oficial “em resposta às principais acusações tradicionalmente feitas às missões que atuam em área indígena”. Com o título “Presença e ação missionária evangélica entre os povos indígenas do Brasil”, o manifesto descreve quem são as agências missionárias que atuam entre os indígenas, quais os valores que defendem e que tipo de ação têm desenvolvido. Alguns dos temas tratados são “O Evangelho e a cultura indígena”, “A realidade cultural indígena e os processos de mudança social” e “Legalidade da presença missionária entre os índios”. O histórico do relacionamento – nem sempre amistoso – entre as missões e a Fundação Nacional do Índio (Fuani) também é mencionado.
“A aproximação e conhecimento do Evangelho e valores bíblico-cristãos contribuem para uma reflexão interna em algumas sociedades indígenas, gerando mudanças voluntárias e desejadas”, frisa o manifesto. “Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do conhecimento dos valores cristãos e do Evangelho despertam tantas e tão violentas reações quando se trata de culturas indígenas?”, questiona a AMTB.
Em outro trecho, as missões mencionam os serviços que prestam aos povos indígenas, muitos dos quais suprem carências que não podem ser atendidas pelo poder público: “Em diversas áreas indígenas, as missões evangélicas atuam fortemente na promoção de boa saúde, educação e dignidade, sem um envolvimento direto com a evangelização. A ação social é autojustificável. A confusão entre catequese e evangelização, mais uma vez, se faz presente aqui. Enquanto a catequese ocorre de forma impositiva e coercitiva, a evangelização se dá, também, por meio de atos de amor, que motivam as ações que tentam minimizar os sofrimento humano.”
O documento também explica as motivações das entidades evangélicas: Sobre nossa motivação, de fato é cristã. Enquanto ONGs humanistas atuam sem dificuldade junto aos povos indígenas em nosso país, sentimo-nos discriminados por termos, na raiz de nossa motivação, o amor de Deus por todo homem. A ação missionária tem, como motivação e centro, a postura de Jesus diante dos necessitados, que lhes apresenta o Evangelho e também lhes atende em suas necessidades pessoais. Com isso, o movimento missionário vislumbra minimizar os males sociais entre populações indígenas.”
“Atualmente, a Igreja Evangélica tem repensado cada vez mais o seu papel como agente de transformação social”, continua o texto. “Numa visão de Evangelho integral, iniciativas e projetos surgem a cada dia, por isso é natural que tais iniciativas contemplem também os povos indígenas”. Em outro trecho, a AMTB critica parte da política indigenista nacional: “Lamentamos que a linha de isolamento da política indigenista seja uma barreira para que recursos humanos, materiais e de tecnologia social, oriundos dos segmentos evangélicos, possam chegar aos indígenas que, como seres humanos e brasileiros, têm direitos e necessidades.” As missões lembram ainda sua capacidade para colaborar com ações dos órgãos oficiais em favor dos povos indígenas: “Infelizmente, a inexistência de convênios formais impede que milhares de atendimentos realizados pelos missionários constem nos relatórios oficiais.”
Fonte: Cristianismo Hoje
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