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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

AI-5: A vida da Igreja Evangélica nos anos de chumbo

O Ato Institucional nº 5, que colocou a sociedade e a Igreja Evangélica na parede, completa 40 anos sem ser esquecido. Em 13 de dezembro completaram-se quatro décadas que, em nome do combate à suposta ameaça comunista, o Brasil mergulhou numa era de total supressão das liberdades individuais e políticas. Naquela época os evangélicos passaram a ser vistos como ameaça pelo regime militar, que não poupou os religiosos.

O chamado golpe dentro do golpe, imposto em 1968 pelo general-presidente Artur da Costa e Silva, que veio para calar os protestos estudantis que varriam o país pedindo democracia e reverberavam no Congresso, deu poderes totais a Costa e Silva e suspendeu o instrumento legal do habeas corpus. Qualquer pessoa poderia ser presa sem acusação formal por até 60 dias para responder a inquéritos políticos, ficando incomunicável durante até 10 dias.

Fechado o Congresso, políticos, intelectuais e artistas – muitos deles sem qualquer identificação com a esquerda – foram presos imediatamente. Era a “doutrina de segurança nacional”, pregada pelo general Golbery do Couto e Silva no âmbito da Escola Superior de Guerra e fortemente influenciada pelos Estados Unidos.

Tratava-se de uma guerra contra os inimigos internos, não contra potências estrangeiras. E a Igreja Evangélica? Muitos crentes em Jesus Cristo, que já enfrentavam problemas em suas próprias denominações por conta da intensa disputa político-ideológica daquele período, passaram a ser vistos como ameaça pelo regime militar, que não poupou os religiosos.

Vários protestantes vinculados a movimentos ecumênicos que pregavam a responsabilidade social da igreja e a transformação do país sofreram perseguição. Muitos eram entusiasmados seguidores dos ensinos do teólogo norte-americano Richard Shaull (1919 -2002), que, expulso da Colômbia, viera ao Brasil ainda nos anos 50 pregando o engajamento político das igrejas para mudar a sociedade, profundamente desigual. Um dos principais organizadores, por meio da Confederação Evangélica do Brasil (CEB), do encontro “Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro”, que reuniu em 1962, no Nordeste, 167 representantes de diversas igrejas, o sociológo e jornalista Waldo Lenz César (1923-2007) também foi preso e teve que deixar o Brasil. O presbiteriano Paulo Wright, deputado estadual por Santa Catarina, tornou-se militante da Ação Popular (AP) – organização de esquerda que de início agregava estudantes católicos e um punhado de protestantes – e desapareceu nos porões do regime em 1973. Seu irmão, o pastor Jaime Wright, acabou se destacando na luta contra a ditadura, unindo-se ao arcebispo de São Paulo, D.Paulo Evaristo Arns, para denunciar os crimes do Estado brasileiro. Ele trabalhou intensamente no Projeto Brasil: Nunca Mais, que uniu o Conselho Mundial das Igrejas (CMI) e a Arquidiciocese de São Paulo para expor a violência do regime.

Fonte: Folha Gospel

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tribunal exige que raptor de menina cristã pague o dote

PAQUISTÃO (15º) - Depois que um juiz, em 15 de dezembro, pressionou financeira e socialmente os raptores de uma menina seqüestrada e convertida ao islamismo, os advogados dos pais dela estão otimistas com a possibilidade de tê-la de volta.

O juiz Malik Saeed Ijaz ordenou a Amjad Ali, marido de Saba Masih, 13 anos, a pagar um dote no valor de 100 rúpias (1,28 dólares) e concedeu direito de visita aos pais da menina – duas ações exigidas pelo protocolo do casamento paquistanês.

O juiz deu à Saba Masih a oportunidade de conversar com sua família durante a audiência de ontem, mas ela permaneceu em silêncio atrás de seu véu, dando apenas respostas frias.

“Eu não quero ver meus pais. Eles são cristãos e eu sou muçulmana”, ela disse, de acordo com o advogado de seus pais.

Sua irmã mais nova, Aneela Masih, suplicou para que sua irmã mais velha retornasse para a casa. A menina de 10 anos disse à irmã mais velha que, no Natal, ela não queria que sua irmã estivesse com aqueles “que não são do nosso povo”.

Aneela também fora seqüestrada, mas foi devolvida à família três meses atrás (leia mais).

Saba compareceu na Comarca de Multan, da Alta Corte de Lahore, com seu marido muçulmano e a família dele em 15 de dezembro. Os pais dela preencheram uma petição de repúdio no último mês contra seus raptores, por não respeitarem o protocolo paquistanês de casamento.

A lei islâmica (Sharia), contudo, dá à mulher o direito de abdicar ao dote. Advogados dizem temer que a família muçulmana pressione Saba Masih a reivindicar seu direito de abdicar do dote, com o objetivo anular a pressão financeira.

Influência

Os advogados esperam que se a mãe puder visitá-la, a menina será convencida a deixar seu marido e ir para a casa com sua família. Sua família crê que ele tem ameaçado a menina com violência caso ela tente escapar e voltar a viver com sua família.

Na audiência do dia 15, Saba ainda relutava em retornar à sua família. Os parentes dizem que estão orando para que a menina mude de idéia e para que seus raptores percam a influência sobre ela.

“A coisa mais importante é que Saba deve estar pronta para voltar para casa por vontade própria”, disse o tio da menina, Khalid Raheel. “Mas ela não está pronta para voltar ainda, não sei como eles conseguem convencê-la.”

Akbar Durrani, advogado do Centro de Auxílio Assistência e Assentamentos Legais (CAAAL), disse que os advogados deverão tentar usar o testemunho de seqüestro de Aneela para poder levar o caso ao Supremo Tribunal se outras opções falharem.

Problema recorrente

Seqüestro de cristãs nesta nação de 170 milhões de pessoas, muçulmanas na maioria, não é algo incomum.

Muitos raptores crêem que não serão punidos caso sejam pegos, tamanha é a influência da sharia sobre o código penal.

Todos os anos há casos de crianças paquistanesas cristãs seqüestradas, mortas ou exploradas por aqueles que crêem na falta de poder de seus pais.

No último mês, uma família muçulmana em Nankan seqüestrou o filho de 7 anos do cristão paquistanês Binyamin Yusef, 30, em uma disputa de terras. Dois dias depois, a polícia encontrou o corpo do menino, com sinais de tortura e estupro.

A polícia não registrou o caso quando Binyamin buscou assistência. Representantes do CAAAL esperam iniciar uma ação contra os alegados agressores.


Tradução: Gabriel Neto


Fonte: Compass Direct

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal proibido no Irã

Cristãos que vivem no país dos aiatolás são intimidados pela Polícia Islâmica a não comemorar o nascimento de Cristo.
Os cristãos iranianos, especialmente os novos convertidos, estão sendo proibidos pelas autoridades muçulmanas de celebrar o Natal, a festa máxima da cristandade. O Ministério de Informações, guarda-chuva institucional que abriga a temida Polícia Secreta islâmica, têm percorrido as províncias de Tabriz, Shiraz e Sanandaj, obrigando os seguidores do Cristianismo a assinar um documento comprometendo-se a não festejar o nascimento de Jesus Cristo.

A FCNN (Rede de Notícias Cristãs em Farsi) também informa que alguns líderes da rede de igrejas domésticas foram intimados pelo Ministério de Informações e acusados de espionagem para estrangeiros. A situação tem se repetido em outras partes do Irã. Desde 1979, quando o falecido aiatolá Ruollah Khomeini instituiu a Revolução Islâmica no país, a fé cristã tem sido severamente perseguida. Embora adote governo civil, o Estado iraniano é controlado pelo alto clero xiita.

(Com informes da Missão Portas Abertas)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Casal não consegue validar casamento em país árabe


MUNDO MUÇULMANO - Uma ex-muçulmana casada com um homem de origem cristã está tendo problemas para validar seu casamento.

A mulher se converteu enquanto estudava no exterior. Ela conheceu seu marido em seu próprio país, embora ele seja de um país árabe diferente.

Ambos não puderam se casar legalmente por ser ela uma mulher legalmente muçulmana e, por isso, não pode se casar com um não-muçulmano.

Contudo, há aproximadamente cinco anos, um pastor do ocidente ofereceu-se para realizar cerimônia religiosa de casamento e ajudá-los a obter visto para entrar em seu país. O casal acredita que, perante Deus, já está casado, embora não tenha nenhum tipo de certidão.

Esse pastor, posteriormente, voltou ao seu país e não cumpriu sua promessa de ajudá-los.

Para resolver o impasse, foram feitos planos para mudar o casal para um país fora do mundo árabe, onde eles possam se casar legalmente.

Entretanto, há um ano, a mulher teve de se mudar se para um terceiro país árabe. Infelizmente, a tentativa inicial de mudar os dois foi reprovada. Um novo processo legal para a mudança foi reiniciado.

Pedidos de oração
1. Ore para que o processo de mudança dê certo.
2. Que o casal conheça a presença do Senhor e seja tocado de maneira física, espiritual e emocional.

Nota: Por se tratar de uma situação delicada, o nome e o país dos envolvidos não pode ser publicado.


Tradução: Daila Fanny


Fonte: Middle East Concern

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cristãos na Índia com medo de violência

Gnotícias

Os receios centram-se grandemente em torno da agressiva promoção de uma ‘bandh’, ou greve geral, em todo o estado, no dia 25 de Dezembro, pelo grupo nacionalista Hindu local, Swami Lakhmananda Saraswati Sradhanjali Samiti (SLSSS).

No entanto, surgiram mais evidências no distrito de Kandhamal, o epicentro da recente violência, onde um aldeão Cristão relatou na Quarta-feira ter visto vários homens armados com armas AK-47 discutindo com outras pessoas que se pensa estarem ligadas a organizações extremistas Hindus, reportou a Solidariedade Cristã Mundial (CSW, sigla em Inglês).

Para além disso, um catequista Católico Jubaraj Digal foi encontrado morto na Quinta-feira, depois do seu filho ter relatado na Terça-feira, que ele havia sido detido e agredido por uma multidão.

O Ministro-Chefe de Orissa, Naveen Patnaik, afirmou na Segunda-feira que a realização da bandh proposta não seria autorizada. Os Cristãos em Orissa têm expressado receios que uma greve geral aumente a tensão e o medo, e possa facilmente desencadear mais violência contra os Cristãos.

Continuam a ocorrer ataques esporádicos anti-Cristãos em Kandhamal, desde o assassinato de Swami Lakhmananda Saraswati a 23 de Agosto, que desencadeou uma eclosão de violência que provocou a morte a 70 pessoas e 50.000 deslocados.

Entretanto, foi realizado um debate na Quinta-feira na Câmara dos Lordes, na qual os lordes chamaram à atenção para a ameaça do extremismo religioso em curso na Índia. Falando no debate esteve a Baronesa Cox, líder da HART, que regressou recentemente da região. Ela descreveu a violência em Orissa como “limpeza religiosa” decorrente de uma campanha sustentada pelo ódio contra os Cristãos.

O Dr. John Dayal, secretário-geral do Conselho Cristão da Índia, que visitou recentemente campos de ajuda em Orissa, disse à CSW: “A situação é terrível. A tensão e o medo são palpáveis.

“As pessoas nos campos não podem regressar às suas casas – eles adorariam voltar mas não podem, e nós não podemos, de boa consciência, pedir-lhes para voltar para Kandhamal.

“O bandh é para criar o medo e nós certamente não podemos garantir que não haverá mais violência.”

A directora de protecção da CSW, Tina Lambert, disse: “Este debate foi extremamente oportuno para salientar a gravidade e a extensão do extremismo religioso na Índia, que é mais premente em Orissa do que em qualquer outro lado.

“O apelo à bandh aumentou a tensão e provocou um novo medo entre os Cristãos em Orissa e indignação em toda a Índia naqueles que se empenham por uma sociedade laica e pluralista.

“Os acontecimentos da próxima semana irão demonstrar a coragem do governo Indiano e a sua capacidade para proteger as suas minorias religiosas.”

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Governo se compromete a garantir segurança dos cristãos no Natal

ÍNDIA (30º) - O governo indiano se empenhou em garantir a segurança para os cristãos no Estado de Orissa depois das violências que se verificaram durante o Natal do ano passado e durante os últimos meses de 2008.

Esta garantia foi feita pelo ministério do Interior durante o encontro com a delegação católica, guiada pelo arcebispo de Nova Délhi, Dom Vincent Michael Concessao. Em especial, o governo vai garantir a proteção das propriedades dos cristãos e a incolumidade da comunidade.

Os bispos locais, porém, recordaram que milhares de cristãos ainda se encontram em campos governamentais no distrito de Kandhamai ou distantes de seu local de origem. A propósito, os bispos denunciaram a atitude dos grupos hinduístas, que favorecem a volta dos refugiados somente por meio da conversão ao hinduísmo. Uma condição que muitos aceitaram.

Mas a perseguição contra os cristãos não é um problema restrito somente ao Estado de Orissa. Esta semana, o Conselho Nacional Cristão da Índia divulgou um relatório sobre as violências anticristãs no Estado de Karnataka. A organização registrou 48 atos de grave violência no período entre agosto e outubro, que provocaram 53 feridos.


Fonte: Rádio Vaticano

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Intolerância religiosa fecha cemitério para evangélicos


MÉXICO (*) - Indígenas da comunidade de San Nicolás, no município de Ixmiquilpan, foram impedidos, por moradores católicos, de sepultar o corpo de Otilia Coroa Chávez, falecida na madruga do último sábado, no cemitério da localidade. Ela professava a fé evangélica e foi enterrada na segunda-feira, 15, em terreno ao lado de sua casa.

O advogado do grupo de evangélicos, Guillermo Cano, acusou as autoridades de não ter capacidade de diálogo, e de permitir que um grupo de católicos mantenha o poder, pois nada puderam fazer para permitir que o corpo de Otilia fosse sepultado no cemitério local.

Após várias horas de diálogo, autoridades do governo estatal decidiram levantar-se da mesa de negociações e permitir aos evangélicos que enterrassem Otilia em terreno ao lado da sua moradia.

"O governo estatal não teve capacidade para desvencilhar o assunto da intolerância religiosa, foto registrado há quase duas décadas na comunidade de San Nicolás", denunciaram os evangélicos, segundo a agência de notícias mexicana Notimex.

Em San Nicolás existe conflito religioso há anos, ressurgido no último dia 24 de novembro com a proibição de usar o cemitério depois que os evangélicos construíram um templo que não agradou à comunidade católica.




* Este país não se enquadra entre os 50 mais intolerantes ao cristianismo.

Fonte: ALC notícias

Igreja em Guangzhou é invadida por 50 oficiais do governo


CHINA (10º) - Na manhã de 14 de dezembro (horário de Pequim), a igreja Liangren, na cidade de Guangzhou, foi invadida por mais de 50 pessoas da Administração de Assuntos Religiosos do Estado e pelo Comitê de Segurança Pública.

Durante a invasão, a igreja estava reunida em culto.

Os funcionários do governo emitiram uma “Nota de Penalidade Administrativa”, acusando os cristãos de realizarem uma reunião ilegal.

Foi exigido que as reuniões realizadas em casas não acontecessem mais. Detalhes do incidente estão sendo coletados e, em breve, a agência China Aid prometeu mais informações.


Tradução: Daila Fanny



Fonte: China Aid Association

Natal na Índia: segurança e solidariedade com os cristãos em Orissa


ÍNDIA (30º) - As celebrações públicas de Natal foram canceladas por questões de segurança. A decisão foi tomada pelo bispo da diocese de Lucknow, capital de Uttar Pradesh.

O bispo Gerald Mathias cancelou a apresentação tradicional dedicada aos cristãos que, por anos, acontecia no pátio da catedral de São José. A celebração atraía 50 mil pessoas, incluindo hindus.

O motivo para tal decisão está relacionado ao crescente clima de conflito, em virtude da eleição geral que se aproxima. A data da eleição está projetada para ser entre abril e maio de 2009.

O vigário geral da diocese, padre Ignatius D’Souza, explica que “toda vez que há eleições gerais, existem pessoas querendo causar alvoroço”, e a ocasião das festividades pode se tornar uma oportunidade para ataques.

O bispo de Lucknow também suspendeu a reunião tradicional com as autoridades do governo para a troca de cumprimentos de fim de ano e também as reuniões com os clérigos da diocese.

Toda a Igreja indiana está convidada a celebrar o Natal de forma amena. A instrução de evitar “ostentação” foi dada pela conferência de bispos.

O secretário geral da Conferência de Bispos Católicos da Índia, arcebispo Stanislaus Fernandes, relembrou a todos os fiéis sobre a essência da celebração, como sinal de “solidariedade aos cristãos de Orissa e ao sofrimento que nosso país enfrenta após o ataque em Mumbai, em um espírito de companheirismo por todas as vítimas.”


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: AsiaNews

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Garibaldi: "Trabalho da CPI da Pedofilia transcendeu fronteiras"


"O trabalho admirável da CPI da Pedofilia transcendeu nossas fronteiras e tem provocado a admiração de outros países". Assim o presidente do Senado, Garibaldi Alves, saudou a celebração de acordo com empresas de telecomunicações, visando reduzir os prazos de fornecimento de dados sobre pedófilos que usam a Internet. Garibaldi lembrou outras realizações do colegiado, como o acordo firmado em julho com o Google, e a sanção, em novembro, de lei que teve origem em proposta da comissão parlamentar de inquérito, criminalizando a posse do material pornográfico.

- Quero reafirmar o apoio da presidência do Senado a essa CPI e agradecer a colaboração das empresas de telecomunicações, que mostram disposição de fazer investimentos para poderem adequar seus processos às novas tecnologias de apuração dos crimes de pedofilia - afirmou.

Garibaldi recebeu do presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), o relatório das atividades realizadas pelo colegiado desde sua criação, em março. O presidente do Senado elogiou a agilidade demonstrada pela comissão e destacou que o trabalho do colegiado se diferencia daquele observado em outras comissões de inquérito criadas na Casa, "que não chegaram a resultado algum"

- Esta CPI mostra que é possível fazer um trabalho de investigação sério, de forma mais objetiva e eficaz - opinou Garibaldi.

Ao agradecer o apoio do presidente do Senado, Magno Malta destacou a repercussão do trabalho da CPI.

- Nos nove meses de trabalho, esta CPI já teve a virtude de acordar a sociedade para a dimensão e a gravidade da pedofilia - frisou Magno Malta.

Iara Guimarães Altafin / Agência Senado

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Situação de cristãos no Paquistão preocupa CMI


PAQUISTÃO (15º) - Os ataques terroristas em Mumbai e a assinatura de acordo com o FMI, que atingirá de forma negativa a população pobre, marcaram a visita da equipe de Cartas Vivas, do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), ao Paquistão entre os dias 24 de novembro e 1 de dezembro.

Integrada por representantes de igrejas dos Estados Unidos, Armênia e dos Países Baixos, a equipe ecumênica visitou o Paquistão com o objetivo de inteirar-se sobre a função da igreja numa sociedade multirreligiosa que luta com o extremismo e a intolerância.

"Cartas Vivas" são pequenas equipes internacionais que viajam a países dos cinco continentes onde cristãos lutam para superar a violência. Até o final de 2010, serão realizadas viagens de Cartas Vivas em todo o mundo, no contexto da Década para a Superação da Violência, com o objetivo de preparar a Convocação Ecumênica Internacional pela Paz, agendada para 2011, em Kingston, na Jamaica.

Na avaliação dos integrantes de Cartas Vivas, os ataques terroristas a Mumbai ocorridos durante a visita ao Paquistão e a troca de acusações sobre os culpados da crise que assola o país aumentaram as já tensas relações inter-religiosas.

Acordo firmado recentemente pelo governo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação a um empréstimo de 7,6 bilhões de dólares para o Paquistão, reduziria drasticamente as subvenções destinadas especialmente à população mais necessitada.

Segundo informações recolhidas pela equipe de Cartas Vivas, a situação do Paquistão como Estado de fronteira na guerra contra o terrorismo tem conseqüências desastrosas para os cristãos locais. Nesse sentido, as incursões ao Paquistão das tropas de operações militares dirigidas pelos EUA no Afeganistão tornam a situação dos cristãos paquistaneses ainda mais precária.

A equipe esteve reunida com bispos da Igreja do Paquistão, com jovens ecumênicos, mulheres e grupos de clérigos, a fim de examinar a situação dos cristãos e os efeitos de determinadas leis draconianas junto às minorias e grupos vulneráveis.

Aos cristãos causa particular preocupação as leis sobre a blasfêmia e os castigos "Hudud", por exemplo, em relação ao adultério, estabelecidos pela sharia (lei islâmica). A falta de sistemas jurídicos adequados nas aldeias e zonas tribais, associado às opiniões religiosas extremistas e as atitudes intolerantes, criam graves dificuldades aos cristãos, relataram os integrantes da delegação.

Em visita a uma igreja de comunidade de trabalhadores de olaria, a equipe encontrou-se com cristãos cujas condições econômicas podem ser caracterizadas como trabalho forçado. Apesar das precárias condições de vida, a equipe estimou que sua generosa hospitalidade era um "valioso presente".

Na Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, instituição da sociedade civil, foi apresentada à equipe uma avaliação crítica da situação dos direitos humanos centrada principalmente nas minorias e nas situações adversas que enfrentam cotidianamente.

A equipe também se reuniu com diversos líderes muçulmanos para examinar o contexto mundial e a situação das relações entre cristãos e muçulmanos no Paquistão.


Fonte: ALC notícias

domingo, 14 de dezembro de 2008

Importante líder evangélico se afasta após apoiar união gay

Reverendo disse em entrevista que acreditava em ‘uniões civis’ e que estava mudando sua opinião.

O reverendo Richard Cizik, uma voz sincera e conservadora do cristianismo evangélico na política dos Estados Unidos, se retirou na quinta-feira, 11, da Associação Nacional de Evangélicos (NAE), depois de uma entrevista para uma rádio em que defendeu união entre pessoas do mesmo sexo e disse estar “mudando” sobre o casamento gay. Os comentários do reverendo - feitos no dia 2 de dezembro na National Public Radio - desencadearam um tumulto que levou à sua saída da vice presidência da NAE.

Uma figura permanente em Washington por cerca de três décadas, Cizik teve um papel crucial em trazer questões evangélicas para a política. Votos evangélicos foram centrais nas duas eleições de George W. Bush, por exemplo. Mas em anos recentes, Cizik ganhou inimigos no movimento, por forçar a ampliação da agenda evangélica. Seu foco mais forte era o “cuidado com a criação”, argumentando que os evangélicos têm responsabilidade com o meio ambiente, o que envolve lutar contra o aquecimento global.

O reverendo Leith Anderson, presidente da NAE, disse na quinta-feira, 11, que o grupo não está se afastando de suas responsabilidades ambientais. A saída de Cizik foi necessária, disse, pois algumas de suas respostas à rádio não correspondem aos valores da NAE.

Cizik não respondeu ao pedidos de entrevista na quinta-feira, 11. A NAE disse que o reverendo expressou arrependimento, se desculpou e “afirmou seus valores.”

Anderson disse que “uma cobinação de coisas” que Cizik disse na entrevista levou a esse desfecho, incluindo seu comentário sobre o casamento gay: “Estou mudando, tenho que admitir. Em outras palavras, eu diria que acredito em uniões civis. Eu não apoio redefinir o casamento em sua definição tradicional, não acredito.”

Alguns evangélicos viram isso como um “tapa na cara”, disse David Neff, editor da revista Christianity Today e membro do comitê executivo do NAE. “Ele parecia estar abandonando a única coisa em que os ativistas evangélicos sentiam ter feito a diferença nos últimos tempos”, disse, se referindo à proibição do casamento gay em três Estados nos Estados Unidos.

Ainda, a comunidade estava desapontada pois Cizik disse ter votado em Barack Obama nas primárias do partido Democrata, disse Anderson. Cizik também deu a entender ter votado em Obama em novembro.

Fonte: AP
Via: Notícias Cristãs

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pastores foram liberados mais cedo da prisão

CHINA (10º) - Pastor Wang Weiliang e Pastor Zhu Baoguo foram soltos antes do tempo previsto por “razões médicas”.

Wang Weiliang foi liberado da prisão com mais de um ano de antecedência, no dia 25 de novembro de 2008, devido a uma “condição médica”. Ele está recebendo tratamento em um hospital de Hangzhou, região de Zhejiang.

O pastor Wang Weiliang havia sido sentenciado a três anos de prisão em dezembro de 2006 por protestar contra a destruição das instalações da Igreja Cristã de Dangshanwan, em Xiaoshan, província de Zhejiang, que se deu em julho do mesmo ano. Outros seis cristãos, que receberam penas mais brandas, já foram libertados.

Shen Zhuke, condenado juntamente com Wang Weiliang, ainda está na prisão na zona oeste de Hangzhou, há mais de 2 anos. Ela cumpre a pena de três anos e meio. Os membros da Igreja Cristã de Dangshanwan ainda não puderam reconstruir legalmente a igreja desde sua destruição.

Também o pastor Zhu Baoguo, da província de Henan, foi libertado do trabalho no campo no dia 2 de dezembro de 2008, por “razões médicas”. O pastor Baoguo estava cumprindo a sentença de um ano de “reeducação através do trabalho” por ter atuado como um “líder religioso nocivo”.

Baoguo foi inicialmente preso em 12 de outubro de 2008 juntamente com outros quarto líderes que estavam reunidos na vila de Dushu, próxima à cidade de Nanyang. Os líderes sofreram quatro dias de detenção administrativa. O pastor Zhu recebeu uma pena de 15 dias de detenção administrativa e foi sentenciado a um ano de reeducação através do trabalho.

Com o relatório da ChinaAid e a pressão internacional, especialmente do Ministério de Relações Exteriores do Estados Unidos e a intervenção direta da embaixada norte-americana, bem como orações provenientes de todo o mundo, os dois pastores foram libertados antecipadamente.


Tradução: Cecília Padilha



Fonte: China Aid Association

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Aproximadamente cem cristãos são presos em duas províncias


CHINA (10º) - Diversos pastores da igreja não registrada foram presos nas províncias de Shandong e Henan nos últimos dias

No dia 3 de dezembro, mais de 50 cristãos da Igreja não-registrada reuniram-se em uma casa no condado de Tai Kang, província de Henan. A polícia repentinamente invadiu a casa e prendeu todos os presentes. Até o momento, ninguém foi libertado.

Um dia antes, mais de 50 cristãos reuniram-se em um culto na cidade de Xiji, província de Shandong. Eles foram cercados por policiais do Comitê de Segurança Pública. Mais de 20 líderes foram detidos.

Os policiais disseram que, se pagassem 2.500 iuanes por pessoa, os cristãos seriam libertados imediatamente.


Tradução: Daila Fanny



Fonte: China Aid Association

Nove igrejas invadidas e 40 presos

CHINA (10º) - No dia 2 de novembro, por volta das 9 horas, a polícia invadiu simultaneamente nove igrejas associadas à rede Igrejas Locais no distrito de Xiasha, cidade de Hangzhou, província de Zhejiang.

A polícia deteve mais de 30 membros da igreja; enquanto a maioria foi liberada, quatro estão cumprindo pena de reeducação por meio de trabalho, acusados de “pregar a estudantes” e “estar engajados em seitas”.

Durante um culto normal de domingo, 15 policiais entraram nas nove igrejas de Hangzhou. Testemunhas dizem que os policiais não mostraram identificações ou algum documento formal que demonstrasse que eles tinham autoridade legal para a invasão.

A polícia ordenou que as pessoas presentes não falassem ao telefone, enviassem mensagens de texto, falassem uns com os outros ou que partissem.

Cada igreja tinha aproximadamente 30 pessoas presentes, consistindo em um casal, três jovens adultos e universitários. Os policiais já tinham os nomes dos líderes de cada igreja, portanto, cada um deles foi algemado e imediatamente levado para o Comitê de Segurança Pública (PSB).

Durante a invasão, a polícia examinou todas as casas e as mochilas dos universitários e tirou fotos. Ela procurava por livros específicos, como Vida Cristã, de Watchman Nee, outros livros de Witness Lee e Bíblias, uma versão própria da Igreja Local, chamada Versão Recuperada. Ela também confiscou hinários, livros ministeriais, CDs, DVDs, agendas telefônicas e computadores.

No decorrer da investigação, foram feitas perguntas aos membros das igrejas, do tipo: Onde você conseguiu sua Bíblia? Onde conseguiu seus livros e jornais? Quem o convidou para a reunião? Como você veio para cá? Quem é o líder aqui? Existem estrangeiros entre vocês? Você tem alguma ligação com Taiwan? Você tem alguma ligação no exterior?

Os membros das igrejas foram liberados um a um. Em alguns lugares, já se passava das 2 da madrugada quando os policias partiram. Funcionários das universidades foram chamados para levar os estudantes de volta para suas respectivas faculdades, a fim de submetê-los a punições.

Advertência no histórico escolar

Todos os alunos foram obrigados a escrever um documento confessional, uma declaração de arrependimento e uma declaração prometendo que não iriam mais às reuniões.

De acordo com eles, as autoridades da universidade os questionaram muitas vezes sobre o treinamento espiritual que receberam nas reuniões. Além disso, policiais do PSB foram à Universidade de Finanças e Economia de Zhejiang e à Universidade de Ciência e Tecnologia de Zhejiang para questioná-los sem a presença de um instrutor ou mentor.

As perguntas, misturadas com ameaças, eram similares às feitas durante o interrogatório policial. Um aluno recebeu uma advertência, que é o primeiro grau formal de disciplina administrativa. Essa nota fará parte de seu histórico escolar.

Quarenta presos

Além dos nove líderes presos, a polícia prendeu mais três ou quatro indivíduos de cada reunião, na maioria as esposas dos líderes e os adultos presentes. O número total dos presos foi mais de 40. Eles foram interrogados e liberados da delegacia entre 2 e 11 da manhã do dia 3.

Um dia após o incidente, os familiares foram notificados de que os nove líderes permaneceriam presos por duas semanas. Enquanto sob a custódia da polícia, os presos foram pressionados a assinar uma declaração de que estariam engajados em seitas, mas todos se recusaram.

Dos nove detidos, cinco foram liberados após 15 dias sob prisão administrativa. Quatro deles foram sentenciados a um ano e meio de reeducação por meio de trabalho, acusados de “pregar para estudantes”.

De acordo com pessoas que foram visitar os líderes presos, eles sofrem maus-tratos na prisão. Não têm roupas suficientes e só podem usar o banheiro somente duas vezes ao dia. São obrigados a fazer trabalho pesado e recebem comida insuficiente. Além disso, apanham de outros presos.

Os quatro homens estão se preparando para apelar da sentença para defender sua liberdade religiosa.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: China Aid Association

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Movimento negro conclama igrejas evangélicas a superarem racismo

(ALC) De perseguidos os “evangélicos” passaram a perseguidores, quando setores neopentecostais demonizam a Umbanda e o Candomblé, denunciou a Semana Nacional Evangélica de Consciência Negra, em manifesto dirigido às igrejas.

“É indispensável que os nossos púlpitos e sermões estejam isentos de qualquer conteúdo racista ou de intolerância”, diz o manifesto, lembrando que evangélicos não podem esquecer que suas igrejas “já foram perseguidas pelo ímpeto da intolerância”. Por isso, o documento conclama as igrejas evangélicas brasileiras a buscarem a superação do racismo e da intolerância religiosa.

O manifesto recorda que os evangélicos eram chamados de “bodes” e que Bíblias foram confiscadas e queimadas em praça pública. “Esta perseguição estendeu-se até a década de 40 do século passado e começou a diminuir na década de 60 e 70”, assinalam os 11 organismos representados na Semana Nacional Evangélica de Consciência Negra, reunida em São Paulo, em final de novembro.

Assinaram o manifesto, entre outros, o Fórum de Afrodescendentes Evangélicos, a Comissão Ecumênica Nacional de Combate ao Racismo, a Aliança de Negros e Negras Evangélicos Brasileiros,o Fórum de Lideranças Negras Evangélicas.

Fonte: www.alcnoticias.org

sábado, 6 de dezembro de 2008

Direitos humanos e missão da Igreja

Encontro de Reflexão e Compromisso celebra, no Rio de Janeiro, dia 9/12, os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O evento acontece no Instituto Central do Povo (Rua Rivadávia Correia, 188, no bairro da Saúde), às 14 horas. A entrada é franca. Texto de divulgação do evento, enviado por um dos líderes do movimento, Clemir Fernandes, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), que apóia nesta iniciativa a Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Renas), núcleo do Rio de Janeiro, explica as bases da discussão.

"A Segunda Grande Guerra havia encerrado fazia apenas três anos. A Europa e o mundo ainda lamentavam seus mortos e se perguntavam como a humanidade do século XX, que acreditou que viveria um tempo de paz perene, liberdade plena e sociedade justa, pode ser capaz de tamanha barbárie. Neste contexto de tristeza e renovação da esperança, foi aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com trinta artigos, tratando de temas fundamentais que procuram reconhecer e defender a dignidade da vida, a justiça, a diversidade entre os diversos grupos humanos.

"A Declaração é um documento laico, mas possui uma forte ênfase na ética social da tradição bíblica judaico-cristã. Só para ficar num exemplo, a defesa da manutenção da vida humana pode ser depreendida do texto do Decálogo judaico e cristão, contido na Bíblia, que diz definitivamente: "Não matarás".

"Como, portanto, articular o conteúdo da Declaração e os postulados bíblicos de defesa da vida, visando uma ação de luta por justiça e dignidade humana numa sociedade como a brasileira (e fluminense, especialmente), marcada pela morte sem pena e toda a agressão à vida, de que somos sabedores, todos os dias, conforme nos apresentam os meios de comunicação?!

"Para destacar a importância da Declaração e o papel das igrejas nesse contexto, a Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Renas), núcleo do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER), promoverão no dia 9 de dezembro, véspera do aniversário de 60 anos da Declaração, um Encontro de Reflexão e Compromisso, com o tema "Direitos Humanos e Missão da Igreja".

"Dentre os convidados para a mesa, destacamos o advogado Pedro Strozemberg, especialista-militante em direitos humanos e o reverendo André Melo, pastor protestante e antropólogo. Além da mesa de abordagem e debate, teremos uma performance com apresentação de alguns artigos da Declaração, feitos por jovens, e uma breve liturgia religiosa em memória de pessoas vitimadas pela violência e de personalidades que dedicaram-se na defesa da vida e da dignidade humana.

"O local do encontro, o Instituto Central do Povo, foi escolhido em função de ser um espaço secular de promoção da vida e também por estar localizado no complexo onde foram assassinados, após tortura, os três rapazes entregues por agentes do Estado a supostos traficantes de drogas, em junho deste ano."
Fonte: Agência Soma

Cristãos são forçados a negar sua religião

VIETNÃ (17º) - Violando a nova política religiosa do Vietnã, as autoridades da província de Lao Cai, no extremo norte do país, pressionam recém-convertidos da minoria hmong a abandonarem sua fé e reconstruir antigos altares.

As autoridades avisaram que, no dia 23 de novembro, iriam em massa à comuna de Ban Gia e à vila Lu Siu Tung, onde os cristãos residem. Entretanto, não disseram o que eles iriam fazer.

Quando as autoridades do distrito do Bac Ha da região montanhosa noroeste do Vietnã descobriram que os aldeões se converteram ao cristianismo e negligenciaram seus altares, elas enviaram “equipes de trabalho” à área, para os pressionarem.

Os líderes cristãos do local disseram foram ameaçados de não terem mais direito aos serviços públicos. Quando essa ameaça não funcionou, os policiais ameaçaram prender os cristãos, torturá-los e prendê-los.

Vendo que os cristãos não cediam às ameaças, um de seus líderes, Chau Seo Giao, foi intimado a comparecer diariamente à delegacia da comuna para ser interrogado. Ele se recusou a levar seu povo de volta às práticas e crenças animistas.

Chau pediu às autoridades que apresentassem por escrito suas ordens para os cristãos abandonarem a fé cristã. Os policiais se recusaram, e um deles disse: “Temos completa autoridade neste lugar. Não precisamos colocar nossas ordens por escrito”.

Eles prenderam Chau e deixaram durante um dia sem comida antes de o libertarem. Ele ainda tem de se reportar diariamente para as “sessões de trabalho”.

Giao pediu às autoridades para colocar as ordens para abandonar a fé cristã por escrito. Os oficiais se recusaram, com as seguintes palavras, “nós temos a autoridade completa neste lugar. Nós não temos que colocar nossas ordens por escrito”.

Eles prenderam Giao por um dia e uma noite sem alimento e água antes de liberá-lo. Ele ainda é obrigado a se apresentar diariamente para “sessões de trabalho.”

O rápido crescimento do cristianismo entre as minorias étnicas do Vietnã nas províncias do noroeste tem preocupado as autoridades há muito tempo.

Não havia nenhum protestante na região em 1988; hoje se estima haver 300 mil. Em 2003, a política do governo, de acordo com documentos ultra-secretos obtidos por cristãos do Vietnã, disse ter “erradicado” o cristianismo.

Sob pressão internacional, entretanto, uma nova política religiosa mais branda foi estabelecida no fim de 2004. Parte dela consistia em eliminar as exigências de abandonar o cristianismo. As provisões e os benefícios de tal legislação, entretanto, têm sido aplicados desigualmente.

O Comitê de Assuntos Religiosos do país preparou um manual de instruções especiais para as autoridades da região montanhosa sobre como tratar o protestantismo. Publicado em 2006, esse manual contem instruções expressas de que as autoridades usem todos os meios para convences os recém-convertidos a retornar à prática de suas crenças tradicionais.

Sob a pressão internacional, o manual foi revisado e sua linguagem foi suavizada. Entretanto, de acordo com uma análise da revisão, a linguagem ainda comunica o objetivo de conter o cristianismo.


Tradução: Simone Camillo



Fonte: Compass Direct

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Polícia de Israel expulsa colonos de casa em Hebron

da BBC Brasil

Policiais israelenses expulsaram nesta quinta-feira cerca de 200 colonos judeus de uma casa que eles se recusavam a abandonar na cidade de Hebron, na Cisjordânia.

Imagens exibidas na televisão israelense mostraram policiais arrastando colonos para fora do sobrado de quatro andares, cuja propriedade está em disputa.

Os colonos alegam que compraram a casa de um palestino por quase US$ 1 milhão, mas ele nega ter vendido a propriedade.

Segundo informações, pelo menos 30 colonos e policiais israelenses, além de vários palestinos ficaram feridos nos conflitos.

Pelo menos duas casas pertencentes a palestinos também teriam sido incendiadas.

Pedradas

Centenas de simpatizantes e ativistas foram para o local para manifestar solidariedade aos colonos, que chamam o sobrado de "Casa da Paz".

Para tentar convencê-los a sair, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, teve um encontro com os colonos.

Barak disse que a casa ficará sob controle de militares até que a disputa seja resolvida.

A Suprema Corte israelense determinou que os colonos deixem o local, e agora outro tribunal vai decidir quem de fato é o dono da casa.

Nos últimos dias, os colonos se envolveram em choques com palestinos, que são a maioria da população da cidade. Membros das duas comunidades trocaram pedradas.

Autoridades israelenses temem que a tensão em Hebron possa levar ao aumento da instabilidade em outras partes da Cisjordânia.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Convite do Presidente Lula a seu Par Iraniano Para Vir ao Brasil É ''Insulto As Vítimas Da Amia''

A ex-vice-prefeita de Barcelona, disse que "Israel se esquece do Cone de Sul e levou muito tempo para se preocupar e denunciar o que acontece na América Latina, ainda que lá viva uma parte significativa dos judeus da diáspora". Em declarações para a Agência Judaica de Notícias, Rahola ressaltou que o convite do presidente Lula da Silva a seu par iraniano para vir ao Brasil seria um "insulto às vítimas do ataque à AMIA" e alertou sobre o profundo envolvimento do Irã na região, através da Tríplice Fronteira.

Pilar Rahola, intelectual espanhola e ex-vice-prefeita de Barcelona, afirmou hoje que tanto Israel quanto os Estados Unidos "quase não se lembram de que existe" a América do Sul, onde a presença do Irã foi aumentada, a partir do vínculo que o presidente Mahmoud Ahmadinejad mantém com seu par venezuelano, Hugo Chávez.

Em diálogo telefônico com a Agência Judaica de Notícias (AJN), de Barcelona, Rahola apontou que "Israel se esquece do Cone de Sul e levou muito tempo para se preocupar e denunciar o que acontece na América Latina, ainda que lá viva uma parte significativa dos judeus da diáspora".

Deste modo, a ex-vice-prefeita de Barcelona se referiu às declarações da chanceler israelense, Tzipi Livni, que alertou sobre a infiltração do Irã e de sua ideologia terrorista na América Latina.

Neste sentido, Rahola destacou que "o grande problema de Israel é que não fica de olho na região (América Latina) e comete o mesmo pecado que os Estados Unidos, que quase não se lembram que ela existe".

Consultada a respeito do convite para vir ao Brasil que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao seu par iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, Rahola manteve que o líder latino-americano "teria que pensar muito antes de tomar uma decisão como esta, porque seria um insulto às vítimas da (do ataque à sede da) AMIA e não faria nenhum bem à democracia do mundo.

"É evidente que o Irã tem capacidade econômica e recursos importantes, mas eu acredito que Lula, como político democrático de um grande país, teria que refletir muito sobre o que significa estender a mão para uma ditadura que condena à morte dissidentes, homossexuais, que ameaça de morte um país membro da ONU (Israel), que financia o jihadismo (terrorismo) no mundo inteiro e que, em sua vizinha Argentina, foi considerado diretamente implicada em um ataque que matou dezenas de argentinos (na AMIA)", declarou a escritora espanhola à AJN.

Rahola assinalou que todos os países "antiocidentais - do Irã à Rússia – encontraram na Venezuela um campo de pouso na América Latina".

Neste sentido, refletiu que se está "reeditando a guerra fria com novos protagonistas" e que os "grandes inimigos históricos dos Estados Unidos voltaram a se encontrar e se organizar. E, para isso, a América Latina é considerada um território muito inexplorado".

"No caso concreto do Irã, há uma clara vontade de influenciar em países onde considera que pode ter uma relação geoestratégica. A América Latina possui mesmo um DNA antiamericano e portanto é um caldo de cultivo para vender um produto 'anti-ianque'", explicou a ex-deputada do Esquerra Republicano da Catalunya.

Rahola indicou que, a nível global, "todo o fenômeno islâmico tem, por um lado, uma vocação proselitista, que quer influir em políticas internacionais, mas também pretende fazer avançar sua jihad (Guerra Santa) religiosa e ideológica".

Assegurou que o "fenômeno islâmico" está penetrando, "lenta mas constantemente" em toda a América Latina. E citou, como prova disso, a atividade na tripla fronteira, as mesquitas que estão se radicalizando e os povos indígenas que estão se islamizando.

"As pistas de pouso do Irã na América Latina são: no terreno geoestratégico e diplomático, Venezuela; no aspecto logístico, Caracas e todo o eixo bolivariano; no sentido histórico, os processos revolucionários dos anos 60 e o caldo de cultivo de antiamericanismo que deixaram; e, no sentido moral, os sérios erros que os Estados Unidos cometeram na região e que, para muitos, os transformou em inimigo", resumiu Rahola.

E acrescentou: "Finalmente, há algo muito evidente que é o dinheiro: O Irã e o Islã têm muito dinheiro para penetrar em todos os lugares".

A ex-deputada catalã enfatizou a vulnerabilidade da Triplice Fronteira e assinalou que os governos da Argentina, Brasil e Paraguai "não estão interessados igualmente pelo que acontece lá, tanto no campo do financiamento econômico, vinculado a fenômenos terroristas, como também quanto ao proselitismo".

"Não pode acontecer que seja denunciado abertamente que há uma tripla fronteira muito nebulosa e os governos acabem por não fazer nada, quando eles teriam que aumentar sua preocupação com o fenômeno".

A respeito do que cabe à comunidade internacional, Rahola destacou que a ONU "não serve para nada" porque está "absolutamente seqüestrada pelas ditaduras árabes e dos petrodólares, que não permitem que se avance na condenação contra este fenômeno, o radicalismo islâmico". Também - disse - alguns países da velha 'cortina de ferro', como a Rússia ou China, vetam permanentemente qualquer condenação. "A ONU hoje é um boneco quebrado, um sonho quebrado que não serve para o direito internacional".

Por fim, a intelectual enfatizou que os países "democráticos e livres" deveriam se unir na luta policial, contra o financiamento e o proselitismo do processo totalitário do século de XXI que é o jihadismo, herdeiro direto do stalinismo e do nazismo.


Produzido por De Olho na Mídia

Presos fazem jejum e enviam alimentos para vítimas das cheias

(ALC) Detentos do Presídio Central de Porto Alegre estão fazendo jejum de um dia, no dia 4 de dezembro, para doar os alimentos que não consumirem para as vítimas do desastre natural em Santa Catarina. Mais de uma tonelada e meia de alimentos como arroz, feijão, farinha de mandioca e de milho serão encaminhados para doações.

A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) deslocará, nos dias 12 e 13 de dezembro, o ônibus-ambulatório Rodas do Socorro e uma equipe de voluntários na área da saúde para o Vale do Itajaí, região mais atingida pela cheia e deslizamentos no final de novembro.

Autoridades de Santa Catarina estão surpresas com a avalanche de solidariedade que chega de todos os cantos do Brasil para ajudar famílias que perderam tudo o que tinham. As contas bancárias abertas pela Defesa Civil somam 12,1 milhões de reais (cerca de 5,1 milhões de dólares).

Caminhões, trens e aviões já transferiram para armazéns ocupados pela Defesa Civil 100 toneladas de produtos de limpeza e de higiene pessoal, 1,5 milhão de quilos de alimentos, e 1,3 milhão de litros de água.

Mas o outro balanço da Defesa Civil ainda aparece em ascendente. O número de mortos subiu para 117, 32 pessoas estão desaparecidas e 45,3 mil pessoas perderam suas casas.

Como já fizeram no domingo passado, também neste segundo domingo de Adventos as congregações da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil destinarão a coleta recolhida de fiéis para a campanha “IECLB em solidariedade às vítimas da calamidade de Santa Catarina”.

A SBB iniciou distribuição de material bíblico às pessoas desabrigadas e desalojadas pelas águas. O assistente de Ação Social da Secretaria Regional de Curitiba, Daniel Zimmermann, percorreu cidades atingidas pelas cheias e deslizamentos no Vale do Itajaí e norte do Estado.

Em Blumenau, Daniel esteve no abrigo junto à Igreja Católica São Paulo, onde encontram-se 400 pessoas desalojadas, que receberam Bíblias, Novos Testamentos e livretos para as crianças.O representante da SBB também visitou o abrigo junto à Igreja Cristo Redentor, da IECLB, onde vivem, atualmente, 40 pessoas.

A SBB remeteu, ainda, material bíblico para Timbó, Gaspar, Indaial e Jaraguá do Sul.

Fonte: www.alcnoticias.org

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Fórum no Uruguai discute sobre religião

Na esperança de aprofundar o diálogo entre as diferentes crenças que se sentem convocadas à unidade e à construção de um mundo mais fraterno, o Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai), Obsur, e o Instituto Humanista Cristão Juan Pablo Terra promoveram fórum-debate sobre “Pluralidade religiosa e cidadania”, reunido em Montevidéu, no sábado, 29 de novembro.

O evento teve como objetivo estabelecer um espaço de diálogo inter-religioso de crenças com presença institucional no Uruguai. Na ocasião, crentes que atuam no espaço público da política, educação e direitos humanos apresentaram testemunhos.

A atividade contou com a participação de panelistas como o ex-secretário do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pastor Emilio Castro, o embaixador uruguaio no Vaticano, professor Mario Cayota, o presidente da Confraternidade Judaico Cristã do Uruguai, pastor Armin Ilhe, a líder afro-umbandista do Uruguai, mãe Susana Andrade, o ombusman de Montevidéu, Fernando Rodríguez, acadêmicos especializados na temática e o historiador Roger Geymonat.

Participaram do fórum mais de 70 pessoas da fé católica e evangélica de diferentes denominações, judeus, afro-umbandistas, bahaí e agnósticos. Alguns dos pontos cruciais da discussão passaram pelo debate laicidade-laicismo, a discriminação de grupos religiosos e étnicos, como os umbandistas, o exercício da religião como direito humano e a tarefa de promover um diálogo inter-religioso a partir de uma perspectiva plural.

Em relação ao primeiro debate, o Dr. Nestor Da Costa esclareceu que o Uruguai tem um estado laico, mas não uma sociedade plural. Ele disse que o imaginário coletivo de que “o uruguaio não acredita em nada” é falso, já que, segundo estudos, 80% dos uruguaios acreditam em Deus.

Da população do país, 54% definem-se como católicos, 10% como cristãos evangélicos, 2% são seguidores de cultos afro e 0.5% judeus. No fórum foi discutido como o religioso viveu um processo de privatização e negação desde o início do século XX, o que está mudando lentamente nesta década. O Estado começa a valorizar o religioso como parte integral do ser humano e reconhece algumas contribuições da esfera religiosa à cultura e à construção da cidadania.

“A pluralidade não significa que todos pensamos o mesmo e estamos confusos, mas que o diálogo inclui e aprofunda cada identidade”, disse o pastor Ilhe.

Emilio Castro afirmou que “podemos ter posições diferentes e opostas, mas ao colocá-las sobre a mesa as reconhecemos e dialogamos com as diferenças”. Neste sentido, prosseguiu, não se pode dialogar com “o outro diferente” como um oponente, mas como outro ser humano que tem algo valioso a dizer e que sua crença tem valor transcendente.

Fonte: ALC

domingo, 30 de novembro de 2008

Bíblia é inapropriada para adolescentes, diz Saramago

Por Renato Cavallera
Ao ser questionado se a doença mudou a sua percepção de Deus, o escritor José Saramago, 86, que participa da sabatina da Folha hoje, perguntou “por que mudaria?”, acrescentando que foram os médicos e a sua mulher que o salvaram.

O evento é parte da comemoração dos 50 anos do caderno Ilustrada. Saramago, detentor do único prêmio Nobel concedido a um autor de língua portuguesa, é sabatinado pela jornalista Sylvia Colombo, do caderno Ilustrada, por Vaguinaldo Marinheiro, secretário de redação da Folha, por Manuel da Costa, colunista da Ilustrada e por Luis Costa Lima, colunista do caderno Mais!.

“Por que precisamos de Deus? Nós o vimos? A Bíblia demorou 2000 anos para ser escrita e foi redigida por homens”, declarou.

Ainda disse que a Bíblia é um “desastre”, cheia de “maus conselhos, como incestos, matanças”.

Saramago também afirmou que foi o homem quem inventou Deus, o Diabo e o purgatório, que “hoje está desqualificado”.

Ele ainda voltou a criticar a Igreja, afirmando que ela inventou o pecado para controlar o corpo humano. “O sonho da Igreja é transformar todos em eunucos, quer dizer, os homens, porque as mulheres não podem ser eunucas”.

Fonte: Folha Online

Sem cadastro legal, igreja perde templo alugado

RÚSSIA (*) - Uma ação estatal contra uma congregação batista no centro da cidade de Lipetsk (a aproximadamente 400 km de Moscou) fez com que a igreja perdesse seu status legal.

"Não acontece algo como isso em Lipetsk há 20 anos", Vladimir Boyev, pastor da congregação, exclama. "Estão tomando tudo que temos!"

Os métodos do Estado podem não ser os mesmos do período soviético, quando os cristãos podiam acabar presos, o pastor Vladimir admitiu. "Mas encontraram um jeito diferente – por meio da burocracia – de pôr nossa igreja em uma situação terrível", ele indicou. "Estamos indefesos!"

Atualmente, a Primeira Igreja Batista de Lipetsk, formada por 200 membros, se reúne no prédio de uma antiga igreja ortodoxa, que lhe foi alugado pela prefeitura em 1989.

Em junho de 2007, autoridades fiscais cancelaram o cadastro de pessoa jurídica da igreja batista, alegando que ela não havia feito sua declaração de imposto de renda a tempo.

Segundo o Artigo 21.1 da Lei de Registro Estatal de Pessoa Jurídica e Autônomos, de 2001, o cadastro de pessoa jurídica pode ser cancelado se a organização não declarar seu imposto ou não movimentar sua conta bancária no período de um ano.

O pastor Vladimir insistiu em que sua igreja declarou seu imposto de renda, como sempre fez, e que nunca tiveram problema a esse respeito.

Há três meses, a diocese ortodoxa de Lipetsk e Yelets abriu um processo requerendo o prédio ocupado pela Primeira Igreja Batista. No entanto, por não ser mais uma pessoa jurídica, a igreja batista não consegue defender seus interesses neste caso.

“A situação está muito tensa agora”, Vladimir comentou. No dia 4 de novembro, quando é comemorado o Dia da Unidade Nacional, vândalos quebraram 28 janelas do prédio da igreja ortodoxa ocupado pela igreja batista.

O pastor Vladimir salientou que os batistas estão prontos a deixar o local, mas querem outro como compensação das melhorias que fizeram no edifício. Segundo o pastor, o que a prefeitura ofereceu são “semi-ruínas”. Quando o pastor objetou, disseram-lhe: "Peça ajuda aos norte-americanos!”.

Segundo Vladimir, sua igreja não tem doadores estrangeiros. “Somos russos como eles”, acrescentou.

Outras duas igrejas batistas na cidade tiveram problemas semelhantes a esse e também perderam o direito de se reunir nos locais que alugavam.


Tradução: Daila Fanny
Fonte: Forum18 News Service (em inglês)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Pastor relata a dificuldade de ser cristão em Mianmar

"A primeira igreja que pastoreei, Igreja Batista Proteção, tinha mais de 250 pessoas, mas o governo militar [de Mianmar] veio e destruiu-a. Isto aconteceu em abril de 1999. Os militares queimaram as casas das pessoas e, com machados e bastões, destruíram a igreja", disse Saw à agência de notícias Christian Freedom International [Liberdade Cristã Internacional].

"Fui capturado e levado ao gabinete militar. Fiquei quatro meses preso em uma pequena sala, sem poder ter contato com minha família.

"Após a liberação, fui realocado em outra igreja, a Igreja Batista Law Da Lay, no Estado de Karenni. Tínhamos mais de 120 famílias; mais de 600 pessoas freqüentavam a igreja. A maioria dos moradores da vila era cristã.

"Em 5 de novembro de 2003, o governo militar chegou à aldeia e ordenou que saíssemos. Eles disseram: ‘Se vocês não saírem dentro de uma semana, serão nossos inimigos’. Eles não explicaram porque tínhamos de sair. Os soldados destruíram a nossa igreja.

“Ninguém mais ficou na aldeia, todos se afastaram. A maioria fugiu para a selva. Eu fui para o campo de refugiados na Tailândia.

"O governo [de Mianmar] não nos irá permitir reconstruir as igrejas. Eles não irão permitir construir qualquer igreja no país.

“Agora, eu não posso ficar muito tempo em um mesmo lugar. Vou de um lugar a lugar. Não é seguro para mim.

"O Governo de Mianmar é anticristão. Eles estão com medo de que o cristianismo traga costumes ocidentais. ‘Vai estragar a nossa cultura’, dizem eles. Eles vêem o cristianismo como uma religião ocidental. ‘É a principal religião do Ocidente’, dizem, ‘ é por isso que eles odeiam e têm medo dessa religião. Dirigentes da junta militar disseram que o povo de Mianmar tem de ter cuidado com os cristãos: ‘As políticas ocidentais podem entrar e passar à frente de nós’, eles dizem.

“As pessoas passam fome em Mianmar. Vejo tantas crianças morrendo de fome. Ninguém pode mudar Mianmar. Somente Deus pode mudar Mianmar. Por favor, orem por nós."

Missão Portas Abertas

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mãe de duas irmãs cristãs mortas em Mosul morre

IRAQUE (21º) - A mãe de duas irmãs mortas em Mosul em 12 de novembro morreu devido aos ferimentos sofridos durante o ataque em sua casa.

Os funerais foram celebrados em 19 de novembro.

No dia 12 de novembro, um grupo de jovens armados atacou a casa de uma família sírio-católica na região de al-Qahira, matando as duas irmãs Lamia e Walàa Sobhy Salloha. Eles, então, voltaram-se para a mãe com uma faca.

O pai e outro filho que escaparam durante o momento do ataque estão salvos.

Inicialmente, a mãe, Selma Giargis, sobreviveu aos ferimentos, que não pareciam tão graves. Porém, no hospital de Mosul, suas condições pioraram, também por falta de medicamentos básicos.

A situação dos cristãos de Mosul tem piorado.

Em outubro último, 16 cristãos foram mortos e duas mil famílias foram forçadas a deixar suas casas. Nos últimos dias, cerca de 700 famílias retornaram, baseadas em promessas feitas pelo governo, de que aumentaria a segurança.

Imad Hanna, 52, fugiu para Karakosh, Curdistão a quase 60 quilômetros ao norte de Mosul. “O que me fez retornar não foi a segurança, mas necessidades materiais”, ele disse. Imad relata que as pessoas estão “atemorizadas” com as mortes.

O assassinato das duas irmãs e a posterior morte da mãe causou uma impressão negativa, pois os assassinos foram capazes de entrar em suas casas, fazendo com que qualquer abrigo pareça ser inseguro.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: AsiaNews

sábado, 22 de novembro de 2008

Crise de integridade

por Daniel Machado
Para especialistas, o descrédito da liderança evangélica perante a sociedade se deve em grande parte a deslizes éticos e morais cometidos pela própria Igreja.

Deu na CNN: jovem pastor de uma das maiores denominações evangélicas da Austrália confessou ter mentido nos últimos dois anos para a igreja, família e amigos, dizendo que tinha câncer. Para se passar por doente em fase terminal, ele chegou a raspar o cabelo e as sobrancelhas e andava com um tubo de oxigênio ligado ao corpo. A farsa lhe rendeu milhares de dólares, arrecadados junto aos fiéis de sua igreja para o suposto tratamento, que nunca aconteceu. Segundo palavras do próprio impostor, o pastor Mike Guglielmucci, a “vida dupla” serviu, entre outras coisas, para ocultar seu maior pecado – o vício na pornografia, fato narrado na reportagem O Evangelho segundo o SexxxChurch, nesta edição. Rumorosas também foram as quedas de ícones dos púlpitos, como o televangelista americano Jimmy Swaggart, flagrado com prostitutas, ou o pastor brasileiro Caio Fábio D’Araújo Filho, um dos mais destacados líderes evangélicos já surgidos no país, que há exatos dez anos revelou um caso extraconjugal que abalou seu multifacetado ministério.
Se é verdade que todo o ser humano vive em crise de integridade desde o pecado original, também é fato que este mal nunca assolou tanto os líderes evangélicos, freqüentemente envolvidos em escândalos muito diferentes do “escândalo do Evangelho” citado pelo apóstolo Paulo. Coincidência ou não, recente pesquisa do Ibope revelou que o número de pessoas que não confiam nas igrejas evangélicas subiu de 41% para 44%, e o contingente de pessoas que confiam nelas caiu para 52 por cento. Segundo o instituto de pesquisas, isso fez com que as igrejas evangélicas despencassem da 8ª colocação para a 11ª posição entre as instituições mais confiáveis, atrás de instituições como a TV, empresas privadas e até dos produtores de soja.

Para o historiador Ziel Machado, secretário da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos (CIEE), não há dúvida: a crise de integridade das lideranças religiosas é a principal responsável por essa queda na credibilidade das instituições evangélicas. Para ele, há outros termômetros tão precisos quanto as pesquisas para aferir isso. “Basta uma simples observada nas livrarias cristãs. Nunca se viu um volume tão grande de obras abordando essa temática da crise de integridade entre os pastores”, diz.
O escritor Jaime Kemp, mestre em teologia e doutor em ministério familiar, é autor de duas dessas obras. Ele lançou, há algum tempo, os livros Pastores em perigo e sua continuação, Pastores ainda em perigo (Editora Hagnos), nos quais aborda o problema. “A Igreja Evangélica tem padecido com a escassez de integridade em sua liderança, seja em nível moral ou na vertiginosa e constante quebra dos relacionamentos familiares”, constata.

Kemp, que é referência no segmento evangélico brasileiro quando o assunto é família, identifica nessa crise um dos principais motivos do descrédito social em relação aos crentes, sobretudo em relação à sociedade em geral. “Essa triste realidade tem abalado a nossa credibilidade não somente nas igrejas, mas também em um mundo crítico e observador, que não perde as oportunidades, já volumosas, para tripudiar a Igreja de Cristo”, lamenta.

Mau testemunho – Para a professora Durvalina Barreto Bezerra, diretora e coordenadora de ensino do Seminário Evangélico Betel, a sociedade tem desacreditado da liderança evangélica por conta do péssimo testemunho de alguns, que não praticam o que pregam. “São pastores broncos, mal-formados, imaturos, que dão vexame na política e na televisão, com deploráveis deslizes éticos e morais”, critica. Segundo ela, esses pastores e líderes têm seguido o Evangelho sem observar os critérios estabelecidos por Cristo para uma vida moral e espiritual autêntica.
“Querem as bênçãos divinas, mas não o compromisso com a verdade que transforma, com a vida moral exemplar e, mais do que isso – não querem andar como Jesus andou.”
É bem verdade que os escândalos de natureza sexual costumam provocar desastres dentro das igrejas, mas não chamam tanto a atenção de quem é “de fora” quanto outros tipos de deslizes. Afinal, a indissolubilidade do casamento não tem tanto apelo fora dos arraiais evangélicos. Desta forma, atos como malversação de recursos e exploração da boa-fé alheia rendem muito mais “frutos podres” para a Igreja.
“Milagreiros, exploradores de dízimo, estelionatários, desrespeitadores de outras religiões: estas são algumas das alcunhas mais freqüentemente utilizadas pela opinião pública a fim de desqualificar um crescente número de pastores evangélicos Brasil afora”, aponta o psicólogo Ageu Heringer Lisboa, mestre em ciências da religião e um dos fundadores do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, o CPPC. Para ele, o descompasso entre o inchaço da presença dos crentes na população e a questão ética ganhou maior dimensão no país a partir da década de 1950, com o início da predominância das teologias mais subjetivistas e emocionais, típicas do neopentecostalismo. “Da periferia do sistema, aos poucos eles chegaram às classes médias e à mídia. Sem o mínimo senso de obediência a um coletivo dirigente, por qualquer discordância alguém se desliga de um grupo e funda o seu próprio”, diz.

O terapeuta lembra que a natureza do trabalho pastoral, em sua acepção bíblica original, é a de alguém que vive em comunhão com Deus, é instruído nas Escrituras e tem vocação e preparo para cuidar de pessoas espiritualmente desorientadas e ensinar a Palavra. “Os termos ‘trabalho pastoral e terapêutico’ se assemelham semanticamente, significando cura ou cuidado com as almas. Isso traz uma exigência ética específica – a de que esses pastores se mantenham íntegros, moral e profissionalmente”, pondera. No entender de Ageu, é compreensível essa cobrança pelo lugar que pastores e líderes ocupam no imaginário popular.
“Sacerdotes, desde tempos imemoriais, supostamente estão mais próximos da divindade ou conhecem o mundo espiritual. A população necessita de referenciais de integridade, precisa encontrar pessoas dignas no meio de tanta imoralidade e corrupção. Quando ocorre um pecado grave, como adultério ou falcatrua, isso desperta decepção, revolta e angústia no Corpo de Cristo”, completa.

Moralismo inútil – Para muita gente, a eclosão recente de escândalos entre a liderança religiosa pode ser apontada como sinal do fim dos tempos. E é evidente que eles não se resumem aos arraiais evangélicos. De uns anos para cá, o catolicismo tem sido abalado pelos casos de pedofilia envolvendo sacerdotes em diversos países, inclusive nos Estados Unidos, onde a Igreja Católica tem sido obrigada a arcar com indenizações milionárias às vítimas de abusos sexuais praticados por padres.
No Brasil, costuma-se atribuir os problemas à liderança no meio pentecostal ou neopentecostal – o que é um preconceito, na avaliação do sociólogo Gedeon Alencar, diretor do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos (Icec), de São Paulo. “Clérigos, reverendos e outras sumidades tradicionalistas não agem muito diferente. A diferença é que uns são descobertos, outros não”, diz.

O sociólogo considera pretensioso e apressado o apontar culpados, coisa que invariavelmente se faz quando o tema ‘crise de integridade’ vem à tona. “É preciso ter cuidado para não cairmos num moralismo inútil, como se, em geral, tivéssemos um povo puro, honesto e cumpridor de seus deveres, mas a liderança evangélica fosse péssima”, destaca. Sobre as pesquisas que mostram o crescente descrédito em relação à Igreja Evangélica e sua cúpula, Gedeon lembra que nas congregações existe gente comum. “E gente comum também comete erros”, pondera.
“Daí, a credibilidade de todos vai por água abaixo.” Na mesma linha vai o psicólogo Ageu Lisboa: “Muitos líderes acabam escravizados ao medo de serem criticados, de não serem bons nem carismáticos ou não serem capazes de fazer a igreja crescer”, enumera. “Isso compromete sua saúde psicofísica, podendo afetar suas relações familiares, predispondo-os à depressão. Daí a largar tudo e se meter em aventuras financeiras e eróticas é um passo comum. Pastores assim precisam resgatar seu direito de serem gente comum, nem mais santos ou pecadores que os demais crentes”, completa.

O missionário Marcos Cunha, ligado ao ministério Servindo Pastores e Líderes (Sepal), segue a mesma linha de raciocínio. “Virou moda dizer-se evangélico, e isso atrai os holofotes para as igrejas e seus líderes, que são humanos como todos nós e sujeitos às mesmas tentações. No entanto, quando eles são expostos à crítica pública têm seus pecados superestimados”, diz. A Sepal, onde Cunha atua, presta diversos serviços à liderança cristã brasileira, incluindo trabalhos de mentoria espiritual, aconselhamento e reciclagem voltados para pastores e suas famílias.
O obreiro reconhece ainda que é preciso levar em conta que a Igreja brasileira é muito nova, tendo se consolidado de fato no país apenas a partir da segunda metade do século 20. “Estamos, digamos assim, vivendo os dias de adolescência. Os líderes que podem ser reconhecidos por sua integridade e valor ainda são poucos, o que deixa a brecha para o surgimento de dirigentes sem tanto preparo ou vocação”.

Cunha cita ainda o fato de o número dos evangélicos ter praticamente triplicado no país nos últimos 20 anos, passando, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística, o IBGE, de pouco mais de 13 milhões para mais de 30 milhões. Como os números atuais referem-se ao último Censo, realizado há quase dez anos, há quem aposte que os crentes já estariam beirando os 40 milhões. “Nessa proporção, em 2020 seríamos mais de 100 milhões, numa população projetada de 235 milhões de brasileiros.
Isso, por si só, desperta a atenção da sociedade. Mas temos de parar de nos preocupar com o que a mídia diz e buscarmos um verdadeiro avivamento que dê a esta Igreja uma visão missionária, que forma discípulos e gera um impacto inigualável na coletividade, com credibilidade e influência positiva”, completa.

“Remanescentes” – O surgimento de lideranças autoritárias, que não precisam prestar contas de seus atos, é apontado pelo pastor Gerson Borges, da Comunidade de Jesus de São Bernardo do Campo (SP), como causa de boa parte dos problemas ocorridos no andar de cima das igrejas. “Boa parte desses pastores não se submetem a nada nem a ninguém, não prestam contas, são senhores de si”, diz. Além da carência de acompanhamento e aconselhamento, a educadora Durvalina Bezerra acredita que o despreparo também contribui, e muito, para crises na liderança.
“Há uma avalanche de pastores sem formação alguma, e isso contribuiu para a escassez de obreiros de qualidade. Falta discipulado sério para formar o caráter, além de preparo teológico e critérios eclesiásticos capazes de inibir a proliferação de lideranças que pregam adulterando a Palavra de Deus e sem comprometimento com a verdade bíblica”, opina. “Mas ainda existem muitos fiéis. Deus sempre teve seus remanescentes, que sofrem as conseqüências do mau testemunho dos colegas”, acrescenta a diretora do Seminário Betel.

“É bom que se diga que a maioria dos mais de 200 mil pastores evangélicos que atuam no Brasil são como a população de onde saíram, enfrentando todos os problemas da sociedade em geral. E essa maioria vive com baixos salários, em condições precárias, em meio à violência, e nem assim se deixam corromper”, ressalva Ageu Lisboa. Para ele, os crentes também têm certa culpa na equivocada generalização que tem colocado os ministros do Evangelho no mesmo patamar de descrédito. “Essa imagem do crente como alguém que não merece confiança é um tipo de juízo sobre todos nós que descuidamos de nos questionar uns aos outros. Se não nos avaliarmos para correção e crescimento, o mundo fica autorizado, pelas Escrituras, a nos julgar. E é o que está acontecendo”, finaliza.
Fonte: CristianismoHoje

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Acusações de blasfêmia fazem famílias se esconderem

PAQUISTÃO (15º) - Um médico cristão no Paquistão, na prisão desde 5 de maio sob acusação de “blasfêmia”, foi inocentado na semana passada. Ao mesmo tempo, outro cristão e sua filha permanecem encarcerados por mais de um mês sob as acusações de profanarem o Alcorão.

Dr. Robin Sardar, da província de Punjab foi libertado no dia 4 de novembro após seu acusador ter alegado que a acusação de blasfêmia contra o profeta Maomé tinha sido o resultado de um “mal-entendido”.

“A pessoa que o denunciou disse, no tribunal, que fez essas coisas devido a um mal-entendido” – disse Ezra Shujaab, da Aliança das Minorias do Paquistão (AMP). A entidade ofereceu um advogado para Robin.

Após uma investigação completa, o tribunal constatou que a acusação era infundada e libertou Robin, disse Ezra. Os moradores da vila e clérigos muçulmanos tinham ameaçado matar Robin se ele fosse inocentado; então ele se escondeu, como fez sua família após sua prisão, há seis meses. Pessoas armadas, gritando ameaças de morte, cercaram a casa da família.

Em maio, Dr. Robin foi levado para a Prisão Central Gujranwala, em Punjab, após um vendedor muçulmano registrar a queixa de blasfêmia. Foi relatado que Robin e o vendedor tiveram conflitos quanto ao fato de o mercador poder abrir uma loja em frente à clínica do médico.

O vendedor, Muhammad Rafique, afirmou que Robin tinha insultado o profeta Maomé durante uma visita. Em sua declaração escrita, Rafique havia pedido a pena de morte para Robin e ameaçou que os muçulmanos iriam se rebelar caso a polícia não o prendesse.

De acordo com o artigo 295-C do Código Penal Paquistanês, a blasfêmia contra Maomé é passível de morte.

Prisão de pai e filha

Como aconteceu a Robin, grupos violentos atacaram a casa de Gulsher Masih, após sua filha ter sido acusada de profanar o Alcorão, no dia 9 de outubro, na vila de Tehsil Chak Jhumra.

Ele e sua filha de 25 anos, Sandal Gulsher, estão detidos em Faisalabad desde o dia 10 de outubro, e o resto da família teve que fugir e se esconder.

Mais de cem pessoas armadas com paus, pedras e garrafas de querosene se reuniram na casa de Gulsher no mês passado, após as acusações de que ele tinha encorajado sua filha a rasgar as páginas do Alcorão. Essas acusações foram transmitidas nos auto-falantes de uma mesquita.

“Apedrejaram a casa deles e puseram querosene em toda a casa para causar um incêndio” – disse Yousef Benjamin, da Comissão Nacional para a Justiça e a Paz. “Entretanto, a polícia chegou antes de tudo isso acontecer.”

Inicialmente toda a família foi levada em proteção pela polícia para a delegacia mais próxima em Faisalabad.

Sobre pressão de manifestantes, a polícia, no dia 10 de outubro, acusou a filha de Gulsher, e ele mesmo, de violar a seção 295-B do Código Penal Paquistanês, que determina prisão perpétua para aqueles culpados por profanarem o Alcorão.

“No dia 10 de outubro, quando a polícia estava pronta para registrar o boletim de ocorrência, eu estava lá e mais de cem muçulmanos pressionavam a polícia, dizendo: ‘Nós queremos que ele e sua filha sejam enforcados’”, disse Quaiser Félix, um jornalista do Asia News.

Gulsher e sua filha permanecem em custódia, aguardando uma audiência no tribunal. Eles alegarão inocência e negarão todas as acusações, disse Ezra Shujaab, acrescentando: “Eles não fizeram nada”.

O resto da família está escondido, impossibilitado de voltar para casa devido ao temor de novos ataques.

“No Paquistão, é muito comum que, quando um cristão é pego ou autuado pelas leis sobre blasfêmia, mesmo se o tribunal o liberta, ele tem que fugir” – disse Yousef Benjamin. “É perigoso; eles não podem voltar para a comunidade normalmente.”

Tanto a família de Robin como a de Gulsher enfrentam agora a possibilidade de nunca mais voltarem a sua cidade natal, disse Ezra.

“Robin, apesar de ter sido inocentado, não pode viver na casa que ele residia” – disse Ezra. “Eles têm de morar como refugiados.”

Apesar de as acusações falsas de blasfêmia poderem ser feitas contra muçulmanos e cristãos, as diferenças religiosas geralmente são um fator que as motivam.

“Os muçulmanos se sentem desafiados por essas pessoas, aquelas que de certa forma se consideram cristãs” – disse Ezra.


Tradução: Simone Camillo



Fonte: Compass Direct

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cristão uigur tem apelo negado

CHINA (10º) - Condenado a trabalhar de 12 a 15 horas diárias, Osman Imin, um cristão da etnia uigur, tem envelhecido drasticamente, e sua saúde se deteriorou devido às condições do campo de trabalho em que ele se encontra.

O Departamento de Segurança da cidade de Hetian, província de Xinjiang, sentenciou Osman a dois anos de reeducação por meio de trabalho por “revelar segredos do Estado" e por praticar “pregação ilegal”.

Acredita-se, porém, que sua detenção não tem a ver com “revelar segredos do Estado", mas com o fato de ele ser membro e líder da Igreja entre a etnia uigur.

Osman foi preso pela primeira vez em outubro de 2004. Ele foi vagamente acusado de “violação da lei”, de acordo com a China Aid Association (CAA).

Nesse período, ele foi acorrentado em uma cama de metal e espancado durante interrogatórios, disse uma fonte anônima à agência de notícias Compass.

Osman foi liberto sob pagamento de fiança em 18 de novembro de 2004, mas a fiança foi cancelada em outubro de 2006. Em julho de 2007, ele foi colocado sob prisão domiciliar. Por fim, em 19 de novembro de 2007, ele preso pelo polícia, por supostamente deixar vazar segredos de Estado.

As autoridades pediram de 10 a 15 anos de prisão. Entretanto, após a atenção que a mídia internacional deu ao caso, eles reduziram a pena para dois anos em trabalho de campo.

Quando o advogado de Osman, Liang Xiao apelou da sentença em junho deste ano, as autoridades do tribunal insistiram que a próxima audiência fosse fechada, uma vez que consideravam que o caso envolve informações confidenciais, relatou a CAA.

Elas recusaram o apelo sem explicar o motivo, e impediram Osman de ter acesso ao seu advogado, o que viola os procedimentos normais do tribunal.

O Compass também informou que as autoridades prenderam outro cristão uigur, trata-se de uma mulher do sul de Xinjiang. Investigações revelaram que ela e o marido foram presos sob acusação de roubo.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: Compass Direct

Em MS, 1,2 mil mulheres devem ser indiciadas por aborto

Polícia indiciou 150 mulheres entre julho e novembro.
Destas, 37 foram julgadas e 26 condenadas a penas alternativas.
Do G1, em São Paulo


A polícia está indiciando mulheres suspeitas de praticar aborto em uma clínica de Campo Grande. O número total de envolvidas no caso e que devem passar por uma investigação é de 1.250 mulheres. Até o início de novembro,150 pessoas já foram indiciadas, dentre as quais funcionários da clínica, pacientes atendidas entre os anos de 2000 e 2002 e seus companheiros.

Segundo a delegada da Polícia Civil Regina Márcia Rodrigues da Mota, responsável pelas investigações, foram inicialmente apreendidas cerca de 10 mil fichas de pacientes que passaram em consulta na clínica no período. Destas, apenas as que apresentavam provas suficientes e estavam dentro do prazo para abertura de inquérito foram consideradas.

O caso veio à tona em março do ano passado, quando uma reportagem denunciou as atividades irregulares de uma clínica de planejamento familiar, localizada na área central da capital de Mato Grosso do Sul.

Polícia estoura 4 clínicas de aborto no Rio
Pelo menos quatro pessoas foram detidas. Agentes apreenderam material cirúrgico, documentos e medicamentos.
Do G1, no Rio, com informações da TV Globo
Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) fecharam, nesta sexta-feira (31), quatro clínicas de aborto em operação policial nas Zonas Norte e Sul e no Centro do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, pelo menos quatro pessoas foram detidas.
As clínicas foram localizadas após denúncias anônimas. Duas delas funcionavam em Botafogo, na Zona Sul. Uma estava em Vila Isabel, Zona Norte, e outra na Gamboa, no Centro. Pacientes que estavam à espera de atendimento foram qualificadas e depois liberadas.

Nos locais, os policiais apreenderam material cirúrgico, medicamentos, documentos e receituários. Os estabelecimentos foram lacrados.
Mulher morre após tomar remédio abortivo no DF, diz polícia
Ela tinha quadro de depressão grave, segundo a irmã.Mulher tinha dois filhos e estaria grávida de sete meses
Do G1, com informações do DFTV
Uma mulher de 35 anos que estava grávida de sete meses morreu nesta sexta-feira (24) em Samambaia, cidade próxima a Brasília, após tentar um aborto. De acordo com a polícia, ela teria tomado um remédio para o tratamento de úlcera, vendido ilegalmente como abortivo. Veja o site do DFTV Segundo informações da polícia, ela foi internada na terça-feira (21), pois não estava se sentindo bem. No mesmo dia, o bebê nasceu morto e ela teria confessado que tomou a medicação. Na quinta-feira (23), seu quadro piorou e ela foi levada para a UTI. Ainda segundo a polícia, a mulher escondia a gestação, que estava no sétimo mês, e a família só teria sido informada do fato no hospital. De acordo com a irmã, a mulher sofria de um quadro de depressão grave desde que se separou do marido, há cerca de um ano, e tomava antidepressivos. Ela já tinha dois filhos, um de 15 e outro de sete anos. A polícia investiga se a mulher ingeriu o remédio por conta própria ou se foi induzida e também onde e como ela conseguiu comprar o medicamento.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Site exibe imagens em tempo real de lugares sagrados de Jerusalém

Jerusalém - Um site na internet transmite imagens em tempo real de locais sagrados de Jerusalém com o objetivo de conectar cristãos de todo o mundo e também uni-los em uma oração pelo retorno de Jesus Cristo.

Locais sagrados para o Cristianismo como o Monte das Oliveiras, o Portão Dourado da Cidade Antiga de Jerusalém, a Cidade de Davi e a Tumba do Jardim estão pela primeira vez acessíveis a todos os fiéis através do site www.ipraytv.com.

“As Escrituras dizem que devemos manter o olhar sobre Jerusalém, pois é onde jaz o fundamento da paz e começa a liberdade”, explica à Agência Efe Mike Peros, cristão sionista que projetou e fundou o portal.

Peros financiou a instalação de seis câmeras em terraços e telhados da antiga cidade murada e que têm a função de ajudar os cristãos a aguardarem o restabelecimento da Jerusalém narrada nos livros proféticos.

Peros afirma que é importante “que pessoas que nem sequer sonham em poder visitar Jerusalém possam ter acesso, deste modo, aos lugares sagrados”.

O objetivo do site é “abrir Jerusalém ao mundo”.

“Agora qualquer um pode ver o local exato no qual Jesus ressuscitou, as ruas pelas quais caminhou e a porta pela qual retornará”, declarou.

No entanto, a iniciativa virtual é dirigida fundamentalmente aos cristãos evangélicos e tenta impulsionar uma unidade na fé e na oração para aproximar o momento no qual o “Messias descer do Monte das Oliveiras e entrar pelo Portão Dourado para libertar Jerusalém”, afirma.

Também chamada de a Misericórdia e a Vida Eterna, o Portão Dourado é um dos 11 acessos à Cidade Antiga e permanece fechado à espera da vinda do Messias, pela primeira vez para os judeus e pela segunda para os cristãos evangélicos.

“O IprayTV é o fio motor para que pessoas de todo o mundo orem ao mesmo tempo, com seus olhos voltados para Jerusalém, pelo retorno do Messias”, declarou Peros.

O projeto, que começou a ser idealizado há uma década, enquanto Peros estudava na Universidade Hebraica de Jerusalém, enfrentou muitas dificuldades, sobretudo para a instalação de câmeras em uma região que é de população majoritariamente muçulmana.

“Tivemos que colocar as câmeras de forma que não sejam notadas e as protegendo de modo que não estraguem”, diz Peros.

Neste Natal, o IprayTV exibirá imagens ao vivo da Igreja da Natividade, em Belém (onde a tradição cristã acredita ser o local do nascimento de Jesus), mas estas câmeras não serão permanentes por causa da situação política da cidade, que está em território palestino ocupado e sob controle da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

O portal também oferece uma ferramenta para divulgar a mensagem de várias igrejas, escolas e ministérios de todo o mundo, que podem usar a tecnologia para transmitir seus sermões e cultos ao vivo através da internet.

“Os usuários podem ouvir um sermão ao mesmo tempo em que observam os lugares nos quais Cristo viveu, abrindo assim uma perspectiva tridimensional”, afirma Peros.

Segundo Peros, o site “recebeu uma resposta extraordinária, com mais de 5 mil assinaturas em algumas semanas, inclusive de lugares tão distantes como Afeganistão e China”.

Este cristão devoto, que acredita faltar pouco para a volta de Cristo, tem esperança de que suas câmeras captem este momento e possa ser visto ao vivo por milhares de crentes através da internet.

Fonte: G1

Novo ataque em Mosul causa a morte de duas irmãs

IRAQUE (21º) - Os cristãos de Mosul foram atacados novamente. Na semana passado, um grupo de homens armados invadiu uma casa na vizinhança de al-Qahira, onde mataram duas irmãs, no que se pode chamar de um assassinato intencional.

Após entrarem no prédio, os atiradores dispararam nas duas jovens a sangue frio e feriram sua mãe com uma faca. No momento, ela está no hospital, mas seu estado não é grave. O esposo e o filho conseguiram escapar no início do ataque.

As vítimas são Lamia Sobhy Salloha e Walaa Sobhy Salloha, ambas da Igreja Católica Síria de Mosul. As duas jovens trabalhavam na Secretaria do Tesouro do município de Wala.

De acordo com testemunhas oculares, o ataque foi executado por uma gangue de jovens entre 16 e 18 anos que, após atacarem os moradores da casa, colocaram uma bomba na entrada e a detonaram quando um grupo de agentes policiais chegou à cena do crime, matando dois e ferindo os demais.

Uma fonte disse à agência Asia News que “gangues de jovens de famílias pobres” estavam envolvidas no incidente, mas que, por detrás delas, há uma “organização criminosa” que está fazendo de tudo para expulsar os cristãos da cidade.

“Ela está no poder e no controle da próxima eleição para os governos regionais e da representação minoritária, que pode ser decisiva para o equilíbrio entre árabes e curdos”, disse a fonte.

Impelido pelas Nações Unidas, o governo prometera colocar o Artigo 50 de volta a um projeto de lei para garantir às minorias 15 assentos dos 440 (13 para os cristãos). Mas, em 3 de novembro, o Parlamento, sem considerar isso, aprovou o projeto que, posteriormente, recebeu a sanção necessária do Conselho da Presidência para se tornar lei com apenas um assento reservado para os cristãos de Mosul. Os líderes da Igreja do Iraque se ressentiram com a decisão do parlamento e criticaram veementemente a flagrante violação da constituição que deveria assegurar direitos iguais a todos os cidadãos.

“Não confiamos em ninguém. Tanto árabes quanto curdos prometem nos ajudar, mas não temos visto nada de concreto até agora”, disse a fonte à agência Asia News. Este ataque foi “outro alerta dado por aqueles que querem forçar os cristãos para as Planícies de Niniwa”.

Nos últimos dias, mais de 700 famílias decidiram voltar a Mosul após as autoridades terem prometido a elas maior proteção. Esse assassinato intencional “fará com que os cristãos fujam novamente”, e ameaças de novos ataques e violência continuarão a pairar sobre os poucos que permanecerem.

“É tudo um jogo político, mas são os cristãos que saem perdendo”, disse a fonte.

Este ataque é o mais recente de uma série de atos de violência contra a comunidade dos cristãos de Mosul que tem sido alvejada tanto por fundamentalistas islâmicos como por gangues armadas.

Desde o início de outubro, 16 pessoas morreram e 2 mil famílias (cerca de 12 mil pessoas) deixaram a cidade.

As coisas tinham começado a melhorar nos últimos dias, a partir da decisão de trazer de volta as 700 famílias. Entretanto, este último ataque lançará uma sombra ainda maior sobre o destino da comunidade cristã do Iraque.


Tradução: Getúlio Cidade


Fonte: AsiaNews

domingo, 16 de novembro de 2008

A liberdade religiosa em risco

Intolerância e perseguição religiosa contra os cristãos ainda acontecem no Irã, no Iraque e no Egito.

No Irã o parlamento exige pena capital para os “apóstatas”. No Egito uma mulher egípcia cristã é sentenciada a três anos de prisão por abandonar sua identidade muçulmana. No Iraque, a escassa população cristã terá o natal mais sombrio de todos os tempos, ameaçada pela série de assassinatos ocorridos no país...

Por todo o mundo pode-se encontrar exemplos de intolerância e de restrição da liberdade religiosa dos cristãos. Aqui serão mostrados três casos ocorridos em três países diferentes que ilustram essa perseguição infundada.

Natal amedrontador em Mosul - Para a população cristã cada vez mais escassa do Iraque, este será um natal sombrio. Cerca de doze cristãos foram assassinados apenas em Setembro e Outubro últimos, figurando como as últimas de um total de mais de 200 vítimas - número aproximado de pessoas mortas, desde 2003, por professarem a fé cristã.

Os últimos ataques foram amplamente considerados como uma forma de expulsar a pequena comunidade cristã da cidade de Mosul, ao norte do Iraque, empreendendo assim uma limpeza religiosa daquela que foi, outrora, uma das regiões mais diversificadas do país.

Permanece incerto se os carros-bomba, que explodiram após um período de paz relativa na região, tinham como alvos os habitantes cristãos ou os soldados que permaneciam nos arredores. Algumas testemunhas afirmaram que os ataques foram calculados de modo que impedisse os cristãos de votarem em bloco nas próximas eleições. Uma mulher cristã contou a um repórter que os autores do crime vestiam uniformes azuis da polícia iraquiana. Em meio à histeria crescente, um general iraquiano alertou contra “o sensacionalismo da mídia que estimulava o medo e o terror entre estas famílias”. Até mesmo os analistas em segurança do exterior têm dificuldades em separar a verdade dos rumores.

O efeito foi claro, no entanto, quando milhares de famílias empacotaram suas coisas, colocaram em seus carros e fugiram. Alguns se dirigiram à região auto-governada dos Curdos, que há tempos é conhecida por sua tolerância em relação aos cristãos. Outros fugiram para vilas remotas. A fuga intensificou aquilo que Pary Karadaghi, um oficial do Kurdish Human Rights Watch (Observatório Curdo dos Direitos Humanos) baseado nos Estados Unidos, chamou de “uma crise humanitária épica dos cristãos iraquianos”. Nos últimos cinco anos desde a invasão norte-americana do Iraque, centenas de milhares de cristãos iraquianos abandonaram suas casas e se mudaram para longe, devido a ameaças de violência religiosa. Muitos não têm acesso a comida, água e abrigo conforme adentra o inverno.

Joost Hiltermann, um analista de segurança da International Crisis Group (Grupo de Crise Internacional) baseada em Nova Iorque, disse que as tropas norte-americanas estão “preocupadas com Bagdá”, e, portanto não muito inclinadas a dedicar muito esforço para proteger a região de Mosul, entre outras, onde os cristãos estão sendo ameaçados de morte. Derrotar os extremistas de Mosul é uma tarefa que ficou nas mãos do exército iraquiano, um grupo despreparado até pouco tempo atrás e que apenas recentemente demonstrou uma evolução de desempenho. No início deste ano, o exército do Iraque descobriu tanques e outros veículos blindados destinados a operações terroristas em Mosul. Os cristãos foram pegos no fogo-cruzado.

“Não apenas eles estão sendo atacados por grupos terroristas, como estão havendo também inúmeras pilhagens em suas comunidades”, afirmou Karadaghi. “Quando o governo iraquiano está procurando por grupos terroristas, eles vêm para essas redondezas. As casas dos cristãos são vasculhadas. E uma vez feita a varredura, os terroristas consideram-nos colaboradores. Então, eles são atacados duas vezes, as vezes no mesmo dia. Não é fácil”.

Ao invés de esperar que as autoridades centrais de Bagdá os proteja, algumas comunidades cristãs estão garantindo sua segurança por conta própria. Relatórios afirmam que os cristãos estão começando a se reunir para formar milícias. Agora, homens armados se posicionam em pontos de checagem ao redor de suas comunidades para controlar a entrada de armas e estrangeiros suspeitos.

Ao mesmo tempo, conforme relatou Karadaghi, as populações cristãs na região Curda estão apelando para o Governo Curdo Regional Autônomo para receberem proteção reforçada. O GCRA respondeu enviando soldados de suas temidas Forças Peshmerga. Os chamados “Combatentes Pesh”, armados com lança-foguetes e fuzis, foram responsáveis por expulsar o exército de Saddam Hussein do norte do Iraque nos anos 80 e 90. Eles seguem patrulhando o norte iraquiano sob os auspícios do GCRA – chegando inclusive a entrar em conflito com o exército iraquiano em cidades que tanto o GCRA quanto o governo iraquiano reivindicam para si.

Em meio aos Combatentes Pesh e às milícias locais, as comunidades cristãs do norte do Iraque nutrem esperanças de que o ano que vem será melhor. Mas o Natal deste ano, eles lamentam, será marcado pela incerteza, pela instabilidade financeira e pelo medo de morte contínuo.

Irã sem Piedade - Dois cristãos iranianos foram acusados de “apostasia” (abandonar a fé islâmica) e muitos outros foram presos enquanto o Parlamento do Irã aprovou uma cláusula que torna obrigatória a pena de morte para sentenciados por esse motivo.

A medida é parte de um novo código penal que foi aprovado, em 9 de Setembro, com facilidade pelo Parlamento, com uma folgada diferença de 196 votos a favor e 7 contra. As comunidades Cristã e Baha’i são as mais afetadas pela determinação.

No entanto, uma fonte confidenciou ao Compass Direct News que, ao discutir o tema da apostasia com alguns parlamentares, eles alegaram não ter conhecimento da questão. A fonte argumentou que o Irã tenta inserir veladamente a cláusula no meio do código penal de 113 páginas.

A legislação iraniana atual considera a apostasia uma ofensa capital, mas a punição é deixada a critério dos juízes.

O Conselho Guardião, o corpo político mais forte no Irã, deve aprovar o código penal antes que ele vigore. Fontes disseram esperar que o conselho, que compreende seis teólogos e seis juízes, o aprove.

Ao longo das ultimas três décadas do regime islâmico iraniano, centenas de cidadãos que abandonaram o Islã e abraçaram o cristianismo foram presos durante semanas e meses, encarcerados em locais desconhecidos e submetidos a torturas mentais e físicas.

A última execução de um convertido ao cristianismo no Irã ocorreu em 1990, muito embora seis outros pastores protestantes tenham sido assassinados desde que o pastor da Assembléia de Deus, Hossein Soodmand, foi executado.

Desta vez, o filho de 35 anos de Soodmand, Ramtin Soodmand, está entre os cinco cristãos presos em três cidades, em Agosto. As autoridades não divulgaram quais são as acusações, mas fontes afirmam que eles podem ser acusados de espionagem para poderes estrangeiros – um delito menos grave do que aquele de apostasia. Similarmente, Hossein Soodmand foi acusado de espionagem para os Estados Unidos.

“Os cristão são vistos como espiões em potencial e aliados a Israel ou aos Estados Unidos”, disse uma fonte que trabalha diretamente com refugiados iranianos, acrescentando que um número pujante de cristãos iranianos por ela aconselhados foram intimidados pela polícia, o que os levou a fugir do país.

Ela também acredita que o rápido crescimento do cristianismo assusta as autoridades do Irã. “Eles encaram isso como algo incontrolável”, afirmou, “então têm medo das igrejas caseiras”.

Outro especialista sobre o Irã afirmou que os cristãos fora do país são parcialmente responsáveis pelas perseguições. Quando eles alegam existir centenas de igrejas caseiras pelo Irã afora, as autoridades sentem-se ameaçadas.

“A polícia é obrigada a reprimir as atividades cristãs tão logo elas começam a ficar muito visíveis”, afirmou um cristão iraniano.

Uma fonte cristã disse que a pressão internacional é crucial caso a apostasia se torne crime capital. Ele lembrou como, em 2005, o convertido ao cristianismo Hamid Pourmand foi absolvido da acusação de apostasia em função da pressão internacional.

“Você deve ser uma pessoa importante, porque muitos membros do governo me ligaram, pedindo que eu arquivasse o caso”, o juiz contou a Pourmand, de acordo com relatórios divulgados.

A sincronia entre o debate do código penal e as prisões não é coincidência, afirmou Joseph Grieboski, fundador do Instituto de Religião e Política Pública. Segundo ele, enquanto a comunidade internacional está focada nas atividades nucleares do Irã, o governo iraniano parece provocar o Ocidente através de violações deliberadas dos Direitos Humanos.

“Devido às questões nucleares, questões como essa passam despercebidas, o que significa que o regime pode agir com liberdade para implantar uma legislação como essa com impunidade, pois as questões nucleares eclipsam este assunto”, afirmou Grieboski.

Mas a questão também pode indicar desespero, afirmou. “Devo dizer que o regime do Irã está intensificando duramente o controle sobre os mais diversos aspectos da vida do povo iraniano. E isto, penso eu, é o sinal de que o regime está em declínio”.

Sou muçulmana? - Bahia Nagy El-Sisi foi presa e julgada em Setembro último por afirmar o cristianismo como sua identidade religiosa oficial em sua certidão de casamento. Sua irmã, Shadia, recebeu uma sentença idêntica em 2007 pelo mesmo motivo. Fato ignorado pelas irmãs, sua identidade religiosa havia sido mudada oficialmente há 46 anos atrás devido a uma conversão temporária do pai delas ao Islã.

A conversão do pai, Nagy El-Sisi, ao Islã, em 1962, ocorreu devido a um breve litígio conjugal, para que ele pudesse obter um divórcio e ganhar a custódia das filhas, afirmou o advogado delas. A legislação egípcia é influenciada pela jurisprudência Islâmica (Shari’ah), que atribui automaticamente a custódia das crianças ao pai que pertencer à religião “superior” e decreta que não pode haver “jurisdição de um não-muçulmano sobre um muçulmano”.

Poucos anos após sua conversão, El-Sisi retornou para sua família e para o cristianismo, adquirindo documentos de identidade cristã forjados. (A reversão ao cristianismo por parte de conversos ao Islã é praticamente impossível nas cortes egípcias).

O caso está em tramitação na Suprema Corte Egípcia. Se a identidade cristã de Bahia Nagy El-Sisi permanecer, seu status religioso poderia criar um efeito dominó que faria com que seu marido tivesse de se converter ao Islã ou anular o matrimônio. Seus filhos também seriam registrados como muçulmanos. Ambas as irmãs são casadas com homens cristãos.

“Todos os seus filhos e netos seriam registrados como muçulmanos”, afirmou Ramsés. “A legislação afetaria muitas pessoas”.

Outras fontes ainda acreditam que a sentença de Nagy El-Sisi será demovida, assim como aconteceu com sua irmã, que foi solta da prisão em Janeiro deste ano.

(com matérias da Compass Direct News Service)