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segunda-feira, 23 de março de 2009

A coisa é séria

Pastor Valdemir A. da Silva
IBPSB – Campo Grande - RJ
Conheci pessoalmente o Senador Magno Malta numa de nossas convenções (ele é membro da Igreja Evangélica Batista de Vitória, Espírito Santo). Naquela ocasião ele foi lembrado como o “mocinho que andava pedindo oportunidade de cantar nas igrejas” e lembro-me de sua resposta ao mencionar a oportunidade que teve na Primeira Igreja Batista de Niterói então pastoreada pelo Dr. Nilton do Amaral Fanini. “Foi um atrevimento da minha parte “, disse ele, “chegar na PIB de Niterói e pedir uma oportunidade para cantar. Foi um gesto de coragem e de bondade do Dr. Fanini em abrir uma exceção para mim. Isso foi de vital importância para a minha vida!”.
Dependente de drogas, foi liberto e, esse passado de vícios o fez ser um dos principais personagens na luta contra o narcotráfico. Ele é fundador e mantenedor de três casas de recuperação de dependentes químicos. Preocupado com as drogas, chegou a ser presidente da CPI que prendeu 348 pessoas e indiciou outras 864 por envolvimento com o tráfico de drogas, o que custou a ameaça de Fernandinho Beira-Mar de seqüestrar uma de suas filhas. Com as filhas ele, mesmo senador, ainda canta, em rítmo de samba samba, pagode e também “tradicional”, os seus anseios por uma nação justa, plenamente amparada por Deus. Ele tem uma banda, a “tempero do mundo” e já gravou mais de 12 CDs. Acusado de estar entre os “Sanguessugas das ambulâncias”, pediu aos cristãos evangélicos para orarem no afã de Deus “livrar-me dessa calúnia”. Foi declarado inocente..
Não sou “cabo-eleitoral” do Magno Malta e de ninguém. Não sou contra quem é (dele ou de quem quer que seja) porque isso é necessário. O uso desse espaço no “O Boletim” é para que a gente conheça melhor “as brigas que esse senador resolveu comprar” e realmente oramos por ele e sua família. Repito, então, parte da entrevista feita com ele pela Revista “Igreja” desse mês de março.
1 – No dia 18 de dezembro, o senhor denunciou uma manobra para a aprovação do PLC 122/2006. O senhor acredita que essa lei vai passar pelo Senado e seguir todo o trâmite até a sanção do presidente Lula?
Eu não creio que essa matéria vá andar. Ela é complexa, a começar pelo título do projeto: lei contra a homofobia. O homofóbico quer matar,apedrejar, xingar o homossexual, e não se passa nada disso comigo, por isso posso falar sem problema . A discussão não é religiosa, porque a questão do homossexualismo não é problema meu. O homem é aquilo que ele escolhe. Se Deus deu livre arbítrio a ele, quem sou eu para dizer o que ele pode ou não fazer? A discussão é sobre o PLC 122/2006, que é ilegal, cheio de inconstitucionalidades. Por exemplo, ele reserva prisão, cadeia sumária para quem não der um emprego para um homossexual. Se você demitir um homossexual, vai preso. Se não alugar um imóvel a um homossexual, vai preso. Isso é absolutamente inconstitucional. Não está no estatuto do negro, do idoso, do índio, não está no estatuto da pessoa portadora de deficiência. É possível demitir um índio e não ser preso. Então, por que esse privilégio aos homossexuais? Eu duvido que ele passe nas comissões. E por entender que ele não passará nas comissões é que fizeram essa manobra nefasta, imoral, de tentar passar em uma madrugada, às seis horas da manhã, com sete senadores em plenário.
2 – Mas como um projeto pode passar dessa forma?
A coisa funciona da seguinte forma: se você tiver um projeto em uma comissão, fizer um requerimento de urgência urgentíssima e cosneguir a assinatura da maioria dos líderes partidários, esse projeto sai da comissão e vai direto para votação em plenário. A senadora percebeu que o PLC 122/2006 não passaria na comissão em que ele estava tramitando, conseguiu a assinatura de sete líderes e colocou para votação naquela madrugada em que fazíamos um esforço para entrar em recesso parlamentar. Tínhamos passado a madrugada no Senado, e às cinco da manhã votamos a última medida provisória. Quando eu estava saindo do Senado, um parlamentar me chamou e disse para eu ficar porque o PLC 122/2006 estava em pauta e seria votado. Voltei e constatei que o projeto estava realmente em pauta. Fui a cada um dos líderes partidários que haviam assinado o requerimento e nenhum deles sabia do que se tratava. Eles disseram que foram enganados e ficaram muito irritados. Agora mesmo é que esse projeto se complicou.
3 – Por que, em sua opinião, esse projeto é tão prejudicial para a sociedade brasileira?
Um projeto que não é do interesse da sociedade, é de interesse de um grupo minoritário que quer criar uma casta especial na sociedade brasileira, querendo ser diferente das outras pessoas. Se você não aceitar a opção sexual de alguém você tem cinco a sete anos de cadeia. Se o advogado do pedófilo disse que a opção sexual do seu cliente é essa, o juiz vai ser obrigado a aceitar porque a lei diz que comete crime quem não aceita a opção sexual de alguém. Então, essas sutilezas legalizariam a pedofilia, o sadomasoquismo, as bestialidades, a necrofilia. Por isso, creio que esse projeto vai contra tudo aquilo que a sociedade brasileira deseja.





4 – O que o senhor está fazendo para evitar que esse projeto de lei seja aprovado?
Eu sou a própria luta. Tenho trabalhado dia e noite contra esse projeto. E ele só está com dificuldades de passar nas comissões por causa de muito trabalho, muita luta e coragem também. Eu fiz e registrei a minha denúncia, e mostrei a minha indignação diante do fato, dessa manobra vil. Se eu lá não estivesse, esse projeto seria aprovado...
5 – Quais são seus projeto políticos para o ano de 2009 e para as próximas eleições?
A minha vida está nas mais de Deus. Eu não sei se serei candidato à reeleição como senador, as minhas bandeiras são nacionais. Estou levando a bandeira de um crime desgraçado, perverso, que por muito tempo esteve encoberto neste país. Os pedófilos não apareceram de repente, mas foram revelados agora. A bandeira contra a pedofilia está hasteada no mundo inteiro. Tenho a bandeira da luta contra o narcotráfico. No entanto, estou nas mãos de Deus. Ao9nde ele me enviar, irei...
6 – Como é para o senhor que é pai, presidir a CPI da pedofilia na qual precisa lidar com várias cenas deprimentes?
Oro e peço a Deus todos os dias que não me deixe ser movido pelo ódio...não quero perder minha capacidade de indignação, mas temo ser movido pelo ódio, pois vejo cena nojenta, revoltante...ver crianças na mais tenra idade sendo abusadas por mãe, pai, irmão...crianças de 2 anos de idade. Eu durmo com a cabeça inchada. Tenho pesadelos. Levanto de madrugada para orar e pedir a Graça de Deus pois chega uma hora que você tem vontade de matar um sujeito desses, um imoral, que traumatiza, mexe com toda a estrutura emocional e psicológica daquela criança. Mas só quem deu a vida pode tira-la. Cabe a mim criar leis, mecanismos para que esses monstros paguem pelos crimes de maneira severa. O meus coração de pai fica tão apertado que, ao fim dessa CPI, não quero nunca mais ver cenas como essas.
7 – O senhor e sua família já receberam ameaças de sequestro. Isso intimida?
Eu já me acostumei. Na CPI do narcotráfico, recebi muitas ameaças, mas aprendi que devo confiar somente em Deus. Se ele tem me dado essas causas duras para lutar, não posso olhar pra trás e devo confiar naquele que me colocou nesse lugar. A CPI da pedofilia, a gente recebe telefonemas anônimos, pessoas ameaçando fazer ataques físicos e morais. Esse é um comércio que rende muito dinheiro. A pedofilia no mundo hoje rende 115 bilhões de dólares, o dobro do narcotráfico. Quando você começa a ameaçar essa série de negócios, tirar os meios para que os pedófilos saciem a sua lascívia, a sua desgraça, eles ficam sem controle. Por isso, sou ameaçado. Tenho plena certeza de que sou uma pessoa coberta de oração. Existem milhões de pessoas orando por mim, pessoas que crêem em Deus. Até mesmo aqueles que não crêem torcem para que a gente tenha sucesso nessa empreitada. Eu não tenho medo e dou continuidade ao trabalho.

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