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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Paulo César de Souza: Ficar velho virou defeito

Presidente da Ass. Nacional dos Servidores da Previdência

Rio - Fiquei recentemente chocado com o que li na mídia sobre a Previdência. Um editorial condena o envelhecimento e a longevidade dos brasileiros, que estaria ameaçando o equilíbrio das contas públicas, o PIB, o crescimento, o déficit público, o superávit fiscal, o superávit primário, a lucratividade dos bancos e seguradoras.
É decente uma Previdência Social que paga a 70% dos seus 26,5 milhões de beneficiários (18 milhões urbanos), um salário mínimo? Respondo de pronto: É indecente, imoral, desumano. É um crime contra os direitos humanos.

É indecente porque os urbanos (milhões) contribuíram na forma de um contrato social durante 35 anos para que tivessem na velhice um benefício compatível com o seu nível e sua qualidade de vida, conquistados enquanto foram produtivos e úteis à sociedade.

O grupo que prega e defende a preservação e manutenção dos contratos, especialmente os especulativos e voláteis da globalização, não se move quando o governo não reconhece os contratos previdenciários.

Se um cidadão paga para ter direito a uma aposentadoria de 10 pisos ou salários, não é justo, ético, correto, digno, que receba dois salários, por conta do fator previdenciário. Se este mesmo cidadão pagou para ter direito a 10 pisos ou 10 salários, recebeu oito nos primeiros anos, e hoje está reduzido a quatro e caminhando para um. Isto é justo, ético, correto, digno?

Na realidade, é o desprezo das elites brasileiras por seus velhos, considerados descartáveis. A geração atual, destinada a produzir um volume de idosos duas vezes maior, ainda não se deu conta das mudanças demográficas, em processo, acelerado.

Fonte: O Dia

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